Uma equipa de cientistas encontrou limites para a rapidez com que se pode aumentar a tecnologia de armazenamento de gigatoneladas de dióxido de carbono sob a superfície da Terra.
Segundo o Phys.org, a equipa criou modelos que mostram a rapidez com que os sistemas de armazenamento de carbono podem ser desenvolvidos e implantados, tendo em conta a disponibilidade de geologia adequada e as limitações técnicas e económicas ao crescimento.
Um novo estudo, publicado esta quarta-feira na Nature Communications, concluiu que, até 2050, poderá ser possível armazenar no subsolo até 16 gigatoneladas de CO2 por ano.
No entanto, para atingir este objetivo seria necessário um aumento da capacidade de armazenamento e da escala nas próximas décadas, o que não está previsto dado o atual ritmo de investimento, desenvolvimento e implantação.
“Há muitos fatores em jogo nestas projeções, incluindo a velocidade a que os reservatórios podem ser enchidos, bem como outras questões geológicas, geográficas, económicas, tecnológicas e políticas“, diz a primeira autora do estudo Yuting Zhang, em comunicado.
“No entanto, modelos mais precisos como os que desenvolvemos ajudar-nos-ão a compreender como a incerteza na capacidade de armazenamento, as variações na capacidade institucional entre regiões e as limitações ao desenvolvimento podem afetar os planos e objetivos climáticos”, acrescenta.
Os investigadores sugerem que a referência global mais realista se situa no intervalo de 5 a 6 toneladas de armazenamento por ano até 2050.
“Embora seja possível armazenar entre 6 a 16 gigatoneladas de CO2 por ano, estas projeções são muito mais incertas do que as mais baixas. Isto deve-se ao facto de não existirem planos dos governos ou acordos internacionais para apoiar um esforço de tão grande escala”, explica o autor principal do estudo, Samuel Krevor.
Assim, ao analisar a forma como estas indústrias cresceram no passado e ao combinar as quantidades existentes de CO2 armazenado com um quadro flexível para explorar diferentes cenários, a nova abordagem oferece uma forma fiável de fazer projeções a longo prazo para o armazenamento subterrâneo de CO2.