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Novo teste revela uso de drogas nas impressões digitais

Cientistas britânicos desenvolveram um novo método rápido e não-invasivo para revelar o uso de drogas através da recolha de impressões digitais.

A análise detecta a presença de duas substâncias químicas produzidas no momento em que a cocaína é absorvida no corpo: a benzoilecgonina e a metilecgonina.

O estudo, desenvolvido por investigadores da Universidade de Surrey, na Grã-Bretanha, foi publicado na Analyst, a revista da Real Sociedade de Química britânica.

Segundo os autores do estudo, o teste pode ser útil em prisões, clínicas para tratamento de toxicodependentes e até em verificações de rotina em ambiente de trabalho.

O método é muito mais difícil de iludir que os actuais exames de saliva, urina e sangue, já que a identidade da pessoa testada está embebida na amostra.

A grande dificuldade, porém, é o tamanho do equipamento necessário, equivalente ao de uma máquina de lavar, e o seu elevado custo – quase 600 mil euros.

Caçada química

As duas substâncias químicas são produzidas quando a cocaína é processada no organismo, e são libertadas no suor, em pequenas quantidades, explicam os cientistas.

As duas substâncias são aparentemente captadas no papel usado para recolher as impressões digitais.

Nas suas experiências, os cientistas examinaram amostras de impressões digitais usando um espectro-fotómetro de massa, que detecta substâncias a partir da medição de sua massa atómica e da análise de sua estrutura química.

No artigo, a equipe sugere que os resultados são semelhantes aos de um exame de sangue convencional.

“Estes resultados oferecem oportunidades animadoras para o uso de impressões digitais como novo meio de amostragem para detecção segura e não invasiva do uso de drogas”, explica a equipa de cientistas.

“A técnica da espectrometria de massa que usámos oferece um alto grau de selectividade e usa apenas uma pequena área da impressão digital, permitindo repetição das análises a partir de uma única amostra”, acrescentam os cientistas.

Prós e contras

Uma das autoras da investigação, Melanie Bailey, professora de ciência forense e analítica da Universidade de Surrey, disse à BBC que o método pode ser uma boa alternativa em indústrias onde o teste de presença de drogas seja rotina – por exemplo, actividades que envolvem uso de equipamento pesado.

Apesar do tamanho e do custo do espectrómetro de massa, diz a investigadora, há produtos mais baratos no mercado, que “abrem a possibilidade de um dia tornar este teste portátil”.

Para Bailey, o teste pode ser realizado em centros de reabilitação de consumidores de droga e, se houver uma versão portátil, pode até ter aplicação em postos fronteiriços e e, operações de policiamento de estradas.

ZAP / BBC

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