Novo sensor promete agricultura mais eficiente — e alimentos mais baratos

Mike Jones / Pexels

Uma equipa de cientistas desenvolveu um sistema de sensores com a capacidade de captar imagens por infravermelhos. O mesmo pode ser instalado em drones para monitorização remota de colheitas.

Esta tecnologia de ótica plana, que alterna entre a deteção de bordos e a imagem infravermelha detalhada, poderá substituir as lentes tradicionais em várias indústrias.

Segundo o SciTechDaily, este sistema pode melhorar a gestão das culturas ao permitir uma irrigação mais precisa e controlo de pragas, o que pode levar à redução dos preços alimentares e ao aumento das colheitas.

Num novo estudo, publicado em maio na Nature Communications, os investigadores criaram um sensor compacto e leve com capacidades de captação de imagens por infravermelhos que pode ser facilmente utilizado num drone.

O protótipo do sistema de sensores inclui um filtro feito com uma camada de dióxido de vanádio que pode alternar entre a deteção de bordos e a imagem infravermelha detalhada.

“Quando a temperatura do filtro é alterada o dióxido de vanádio passa de um estado isolante para um estado metálico, e é assim que a imagem processada muda de um contorno filtrado para uma imagem infravermelha não filtrada”, explica a coautora do estudo, Madhu Bhaskaran.

Estes materiais podem ser úteis em futuros dispositivos óticos, que podem substituir as tecnologias com lentes tradicionais, para aplicações de deteção ambiental.

Lincoln Clark / ARC Centre of Excellence for Transformative Meta-Optical Systems (TMOS)

O sistema de sensores pode alternar rapidamente entre a deteção de margens – criando imagens do contorno de um objeto, como uma fruta – e extraindo informações infravermelhas detalhadas, sem a necessidade de criar grandes volumes de dados e utilizar processadores externos volumosos.

“Embora algumas demonstrações tenham conseguido a deteção analógica de bordos utilizando metassuperfícies, a maioria dos dispositivos demonstrados até agora são estáticos. A sua funcionalidade é fixa no tempo e não pode ser alterada ou controlada de forma dinâmica”, diz o primeiro autor do estudo, Michele Cotrufo.

“No entanto, a capacidade de reconfigurar dinamicamente as operações de processamento é fundamental para que as metassuperfícies possam competir com os sistemas de processamento de imagem digital e foi isso que desenvolvemos”, conclui.

O sistema funciona a temperaturas compatíveis com as atuais técnicas de fabrico — o que o torna bem posicionado para se integrar em sistemas disponíveis no mercado e, seguidamente, passar a ser utilizado no dia-a-dia.

Soraia Ferreira, ZAP //

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