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Novo modelo matemático permite localizar o foco de uma crise epiléptica

Athit Perawongmetha / World Bank

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Cientistas de um hospital espanhol desenvolveram um modelo matemático que analisa a atividade cerebral para localizar as áreas nas quais se originam e propagam as crises epilépticas.

O estudo, publicado na revista “Clinical Neurophysiology”, transforma os registos eletroencefalográficos (EEG) em modelos matemáticos que explicam as crises dos pacientes, permitindo delimitar a área do cérebro para ser removida na cirurgia para evitar sequelas no paciente e abre um caminho para prevenir as crises de epilepsia.

Adrià Tauste e Rodrigo Rocamora, da Unidade de Epilepsia do Hospital del Mar, em Barcelona, analisaram 50 crises epilépticas localizadas no lobo temporal de sete pacientes resistentes a medicamentos.

A eletroencefalografia permite registar a atividade elétrica da zona cerebral onde acontece a crise epiléptica graças a microelétrodos implantados no cérebro, uma técnica usada em casos muito complexos de epilepsia.

Os engenheiros e neurologistas que participaram neste estudo aplicaram um algoritmo matemático que traduz em números os registos obtidos na eletroencefalografia, permitindo obter uma imagem que, sobreposta à ressonância magnética do paciente, localiza o focoda crise epiléptica. Até agora, os médicos determinavam o foco a partir de uma interpretação subjetiva dos padrões visuais dos registos e da sua experiência.

Há décadas que os resultados de tratamentos cirúrgicos da epilepsia fracassam em alguns pacientes devidos à complexidade das conexões neurais e às limitações das técnicas cirúrgicas. Segundo os especialistas, graças a este estudo está a ser desenvolvido um sistema automatizado e objetivo que evita interpretações subjetivas dos registos.

“O benefício mais imediato desta nova técnica é que a localização objetiva do foco epiléptico permite optimizar as estratégias cirúrgicas e delimitar melhor a área a retirar, o que pode ajudar o cirurgião e reduzir a possibilidade de erros. Atualmente, isto é conseguido em 60% ou 70% dos casos, conforme o tipo de epilepsia da pessoa”, explicam os investigadores.

ZAP // EFE

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