Novo medicamento protege o cérebro dos efeitos nocivos da poluição (e não só)

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A poluição do ar é uma preocupação crescente para a saúde do cérebro, com provas crescentes que a ligam ao declínio cognitivo e a um risco acrescido de desenvolver Alzheimer.

Agora, um novo tipo de medicamento pode ajudar a proteger o cérebro de alguns efeitos nocivos da poluição.

Segundo o Study Finds, o medicamento, denominado GSM-15606, é capaz de reduzir a acumulação de uma proteína tóxica no cérebro de ratinhos expostos à poluição atmosférica.

A proteína é conhecida como beta amiloide 42 e apresenta uma forte ligação com a doença de Alzheimer nos seres humanos.

Num novo estudo, publicado esta segunda-feira na Alzheimer & Dementia, os investigadores centraram-se em dois tipos de poluição atmosférica: a matéria nanoparticulada do ar urbano e as partículas de escape do gasóleo.

Quando os ratinhos respiraram estes poluentes durante oito semanas, os seus cérebros apresentaram um aumento dos níveis de beta amiloide 42. No entanto, os ratinhos que receberam GSM-15606 durante o período de exposição apresentaram níveis mais reduzidos desta proteína.

O GSM-15606 pertence aos medicamentos moduladores da gama-secretase, que atuam alterando uma enzima envolvida na produção de beta amiloide, mudando a sua atividade para criar menos da forma nociva de 42 aminoácidos.

Este medicamento já não está a ser desenvolvido para uso humano mas estão a ser preparados medicamentos semelhantes. Se apresentarem resultados positivos, poderão ser utilizados para proteger as pessoas que vivem em zonas altamente poluídas ou as que correm maior risco de contrair esta doença neurológica.

“Uma vez que a gama-secretase é necessária para as funções normais de todo o corpo, este medicamento foi concebido para modular, mas não inibir, a produção de Aβ42”, diz o autor principal do estudo, Caleb Finch.

O estudo revelou ainda que os ratos exposto a partículas de escape de gasóleo apresentaram um aumento de 25% no tamanho dos ventrículos do cérebro.

Este é o primeiro exemplo de um novo medicamento desenvolvido para retardar o Alzheimer que pode também proteger os indivíduos mais idosos do fator de risco ambiental causado pela poluição atmosférica.

Soraia Ferreira, ZAP //

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