Novo mapa reforça evidências de um antigo oceano em Marte

Bo Wu et al.

O local de aterragem de Zhurong (cruz vermelha) mostrado no mapa geológico de Tanaka et al.13. Regiões de cores diferentes indicam unidades geológicas diferentes. A caixa vermelha mostra a área de estudo. A linha preta grossa é o contacto de Deuteronilus17 indicando uma possível linha costeira na região.

Uma possível linha costeira antiga foi encontrada na região de Marte explorada pelo rover chinês Zhurong, fornecendo mais provas de que um oceano pode ter coberto uma vasta área das terras baixas no hemisfério norte do planeta.

O rover chinês Zhurong aterrou em maio de 2021 na região de Utopia Planitia, em Marte.

Desde então, já contribuiu para a descoberta de fortes evidências de uma antiga linha costeira marciana, sugerindo que, no passadom um oceano cobriu vastas áreas das terras baixas do hemisfério norte do planeta.

Os dados recolhidos pelo Zhurong durante um ano de operação permitiram aos investigadores da Universidade Politécnica de Hong Kong, identificar características topográficas que são consistentes com a presença de um oceano que existiu há cerca de 3,68 mil milhões de anos e que se acredita ter congelado e desaparecido 260 milhões de anos depois.

O estudo, publicado esta quinta-feira na Scientific Reports, incluiu a combinação de dados de deteção remota e observações diretas do rover, revelando vales e canais de sedimentos que caracterizam a região sul de Utopia como uma possível zona costeira.

“As descobertas não só fornecem mais provas para apoiar a teoria de um oceano marciano, como também apresentam, pela primeira vez, uma discussão sobre o seu provável cenário evolutivo”, explicou à New Scientist o líder da investigação Bo Wu.

Como sublinha a mesma revista, esta descoberta é significativa porque sustenta a teoria de um ambiente marciano capaz de sustentar um oceano, trazendo esperanças ao debate sobre a habitabilidade de Marte.

Como reforçam os investigadores, a hipótese de um oceano profundo no passado de Marte – onde até as áreas mais rasas poderiam ter alcançado profundidades de até 600 metros – eleva a possibilidade de que o planeta tenha sido capaz de sustentar vida microbiana nos seus estágios iniciais.

“A água é um ingrediente chave para a vida, e a presença passada de um oceano em Marte levanta a perspetiva de que Marte possa ter sido capaz de albergar vida microbiana na sua fase inicial”, afirmou Bo Wu.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.