Número crescente de alunos e perda de rendimentos das famílias são duas das razões apontadas para os pedidos recorde.
O ano letivo 2021/22 ainda agora arrancou, mas já está a bater recordes no que respeita aos candidatos a bolsas de ação social. De acordo com os dados da Direção Geral de Ensino Superior, citados pelo Jornal de Notícias, até à última quinta-feira, quando foi feita a atualização mais recente, tinham se inscrito 97797 estudantes, mais 1250 do que em igual período do ano passado e mais 4498 do que há dois anos.
Segundo o mesmo jornal, este número deverá ser um reflexo do acréscimo de alunos a frequentar o ensino superior, mas também a quebra dos rendimentos das famílias — uma consequência da pandemia.
Dos 93 mil requerimentos em análise pelos serviços de ação social até dia 21 de setembro (tanto de instituições privadas como públicas), 25,5% tinham sido recusados e 2,2% recusados. A maioria dos pedidos estava ainda em processo de análise, seja por falta de informação académica ou “outra”, tais como as confirmações da autoridade tributária ou da Segurança Social.
É possível apontar ainda grandes disparidades entre as diferentes instituições de ensino. Por exemplo, a Universidade do Porto, com mais pedidos recebidos (7326), deferiu 1101 (15%), ao passo que a Universidade do Minho aprovou 31,4% (2057 dos 6542 recebidos) e a Universidade de Évora, 40% (705 dos 1743 recebidos). Já os politécnicos de Viana do Castelo e da Guarda processaram apenas, respetivamente, 23 e 22 pedidos, cerca de 1,1 e 2% dos requerimentos recebidos.