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Nova técnica de edição genética é testada em humanos pela primeira vez

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microbeworld / Flickr

Tratamento tradicional da leucemia: células-T do sistema imunitário (ao centro) ligam-se aos grânulos que provocam a divisão celular

Tratamento tradicional da leucemia: células-T do sistema imunitário (ao centro) ligam-se aos grânulos que provocam a divisão celular

Um grupo de investigadores chineses está a conduzir a primeira pesquisaem seres humanos envolvendo material genético modificado. A metodologia consiste em injetar em pacientes com cancro células com genes editados a partir de uma técnica batizada de CRISPR-Cas9.

Trata-se de um método revolucionário o suficiente para que os cientistas possam afirmar, com total certeza, que ninguém no mundo publicou um estudo semelhante e de tamanho impacto clínico e científico na área da oncologia até agora.

O tratamento foi levado a cabo a 28 de outubro, pelas mãos do oncologista e cientista-chefe da pesquisa Lu You, ao lado de sua equipa da Universidade de Sichuan, em Chengdu, China. A experiência ocorreu no West China Hospital, na mesma cidade.

Apenas um paciente recebeu a injeção com genes modificados. Contudo, se a experiência continuar sem efeitos adversos nocivos, mais nove pacientes integrarão o grupo de estudo. Cada indivíduo receberá entre uma a quatro injeções com o material.

O processo consiste da remoção de células imunitárias do sangue do paciente, para posterior edição genética com a técnica CRISPR (com ADN apagado, que dá lugar a um novo, programado) e reintegração ao sistema circulatório do indivíduo.

Vários outros investigadores publicaram trabalhos sobre a questão da edição genética e a sua relação com a cura para o cancro, apesar de não terem mencionado nada semelhante à nova técnica. A CRISPR é relativamente fácil de usar e, teoricamente, pode resolver a maioria dos problemas relacionados com problemas genéticos que afligem a humanidade. Por outras palavras, o método pode servir como tratamento da leucemia e de vários outros tipos de cancro e de doenças raras.

A comunidade científica aguarda agora com grande expectativa pelos resultados da pesquisa, que, caso sejam positivos, farão com que a técnica se dissemine por todo o mundo, estabelecendo um caminho mais curto para a cura.

De fora não fica uma certa competição entre investigadores chineses e norte-americanos, que trabalham para encontrar uma solução para as neoplasias malignas, onde os grandes beneficiados com todos estes esforços poderão ser os pacientes.

ZAP / Canal Tech

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