Uma imagem recente do Telescópio Espacial James Webb mostra a Galáxia Cartwheel, ainda a recuperar da colisão com uma galáxia mais pequena, há 400 milhões de anos.
A Galáxia Cartwheel, chamada assim devido ao seu anel interior brilhante e anel exterior colorido, encontra-se a cerca de 500 milhões de anos-luz da Terra.
Os astrónomos acreditam que costumava ser uma grande espiral, como a Via Láctea, até que uma galáxia mais pequena a esmagou. Em observações anteriores com outros telescópios, o espaço entre os anéis apareceu envolto em poeira.
Agora, as câmaras de infravermelhos do James Webb espreitaram através da poeira e encontraram estrelas e uma estrutura nunca antes vista, segundo a Science News.
A nova imagem mostra locais de intensa formação estelar em toda a galáxia, que foram despoletados pelos efeitos secundários da colisão. Algumas dessas novas estrelas estão a formar-se em padrões de spokelike entre o anel central e o anel exterior, um processo sobre o qual ainda não se sabe muito.
As galáxias com anéis são raras, e as galáxias com dois anéis são ainda mais invulgares. Esta estranha forma significa que a colisão de longo curso criou múltiplas ondas de gás ondulante, na galáxia deixada para trás.
É como se se deixasse cair uma pedra na banheira, explica Klaus Pontoppidan, investigador do projeto do James Webb, do Instituto de Ciências Telescópicas Espaciais em Baltimore. “Primeiro, obtém-se este anel, depois ele bate nas paredes da banheira e reflete de volta, e observa-se uma estrutura mais complicada”.
O efeito provavelmente significa que a Galáxia Cartwheel tem um longo caminho de recuperação pela frente — e os astrónomos não sabem como vai ser no final.
Quanto à galáxia mais pequena que causou toda esta colisão, não ficou por aqui para tirar uma fotografia. “Foi-se embora e seguiu caminho“, conclui Pontoppidan.