Há uma nova forma de detetar mundos alienígenas

Cientistas encontraram uma nova forma de detetar mundos alienígenas para além do nosso sistema solar.

Os astrónomos descobriram milhares de exoplanetas nos últimos anos. A maior parte foi descoberta pelo método de trânsito, na qual um telescópio ótico mede o brilho de uma estrela ao longo do tempo.

Se a estrela mergulhar muito ligeiramente no brilho, poderá indicar que um planeta passou à sua frente, bloqueando alguma luz.

De acordo com a Science Alert, o método de trânsito é uma ferramenta poderosa, mas tem limitações. O planeta tem de passar entre nós e a sua estrela para que a possamos detetar. O método de trânsito também se baseia em telescópios óticos.

Mas de acordo com um novo estudo publicado este mês na Cornell University um método recente poderia permitir aos astrónomos detetar exoplanetas utilizando radiotelescópios.

Não é fácil observar exoplanetas em comprimentos de onda de rádio. A maioria dos planetas não emite muitos sinais de radio, ao contrário da maioria das estrelas. Os sinais de rádio das estrelas também podem ser bastante variáveis devido a situações tais como erupções estrelares.

Mas grandes planetas de gás, como Júpiter, podem emitir sinais de rádio. Não do planeta em si, mas do seu forte campo magnético. As partículas carregadas do vento estelar interagem com o campo magnético e emitem sinais de rádio.

Júpiter é tão brilhante em sinais de rádio que se pode detetá-lo com um radiotelescópio caseiro, e os astrónomos detetaram sinais de rádio de várias anãs castanhas.

Mas foi até agora encontrado um sinal de rádio claro de um planeta semelhante a Júpiter em órbita de outras estrela.

Neste novo estudo, a equipa examinou como poderia ser um tal sinal.

Basearam o seu modelo na magnetohidrodinâmica (MHD), que descreve como os campos magnéticos e os gases ionizados interagem, e aplicaram-no a um sistema planetário conhecido como HD 189733, que é conhecido por ter um mundo do tamanho de Júpiter.

Simularam a forma como o vento estelar da estrela interagia com o campo magnético do planeta e calcularam qual seria o sinal de rádio do planeta. Encontraram várias coisas com interesse.

Por exemplo, a equipa mostrou que o planeta produziria uma curva de luz clara. Trata-se de um sinal de rádio que varia por causa do movimento do planeta. Isto é ótimo porque as observações do sinal de rádio são extremamente específicas. Ainda mais do que as observações óticas de Doppler.

Descobriram também que as observações de rádio podiam detetar um trânsito de um planeta ao passar em frente da sua estrela. Haveria características específicas do sinal de rádio ao mostrar como a magnetosfera do planeta passa em frente da estrela.

Assim, os astrónomos poderiam compreender melhor a força e o tamanho da magnetosfera do planeta. Ambos os sinais seriam muito fracos, pelo que seria necessária uma nova geração de radiotelescópios para os ver.

Mas se for possível detetar, os sinais de rádio planetários darão uma medida orbital precisa de pelo menos um planeta no sistema e isto pode ajudar os investigadores a compreender a composição e o interior de um exoplaneta.

Juntos, estes seriam um grande salto em frente na compreensão dos sistemas exoplanetários.

Inês Costa Macedo, ZAP //

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