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Astrónomos detetaram uma nova estrutura na Via Láctea. Pode ser o “braço perdido” da nossa galáxia

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STScI / NASA / ESA

Uma equipa de cientistas encontrou uma nova estrutura na Via Láctea: foi batizada de “Taboa” e é uma longa onda de gás, tão grande que os astrónomos não têm a certeza se pode ou não ser parte de um braço espiral galáctico.

“Taboa” tem boas hipóteses de ser um braço espiral até agora desconhecido, mas, mesmo que não seja, pode ser o maior filamento de gás descoberto até hoje na Via Láctea.

A estrutura, localizada a 71.754 anos-luz do centro da galáxia, “parece ser o maior e mais distante filamento gigante” da Via Láctea, escreveu a equipa da Universidade de Nanjing, na China, citada pelo portal Science Alert.

“A questão sobre como é produzido um filamento tão grande na localização galáctica extrema permanece em aberto. Em alternativa, Taboa pode ser parte de um novo braço… embora seja intrigante que a estrutura não siga totalmente a dobra do disco galáctico”, acrescentaram os investigadores.

Para identificar “Taboa”, a equipa usou o enorme radiotelescópio FAST (Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope) para procurar nuvens de hidrogénio atómico neutro (HI) numa região do céu localizada a 4.566 anos-luz de distância do Sol.

Os cientistas conseguiram detetar um corpo de gás a viajar a uma velocidade média de 150 quilómetros por segundo (km/s).

No início, estimaram que a estrutura tinha 3.588 anos-luz de comprimento, mas rapidamente chegaram à conclusão de que o filamento é, na verdade, muito maior do que as estimativas iniciais: tem um comprimento de 16.310 anos-luz.

Se não for um braço espiral perdido, “Taboa” levanta muitas questões que necessitam de respostas. A maioria dos filamentos de gás surgem perto do centro galáctico e está associada a braços espirais. Neste caso, a formação da estrutura é uma incógnita por estar posicionada além dos braços espirais conhecidos da Via Láctea.

Os astrónomos vão continuar com a missão de tentar descobrir se “Taboa” faz parte da Via Láctea – sendo um dos seus braços – ou se é uma estrutura gigante externa. Para já, o artigo científico com as descobertas foi aceite para publicação no The Astrophysical Journal Letters e está disponível no arXiv.

Liliana Malainho, ZAP //

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