Através de cinco maxilares fossilizados, descobertos entre rochas com 125 milhões de anos, uma equipa de cientistas identificou o Galleonosaurus dorisae.
Galleonosaurus dorisae é o nome da recém descoberta espécie de dinossauro em Gippsland, uma região no sul da Austrália, apresentada num estudo publicado recentemente no Jornal of Paleontology.
Segundo os cientistas, este dinossauro era pequeno, aproximadamente do tamanho de um canguru, e herbívoro. Destacava-se certamente pelo facto de ser um bom corredor, característica potenciada pelas suas “poderosas pernas traseiras“. Este dinossauro pertence à família dos Ornitópodes.
A equipa conseguiu identificar esta nova espécie graças a cinco maxilares fossilizados encontrados entre rochas do período Cretáceo, com 125 milhões de anos. Os cientistas contaram com a preciosa ajuda de técnicas de digitalização e de impressão de microtomografia 3D.
Matthew Herne, da Universidade de Nova Inglaterra e principal autor do estudo, afirma que esta é a primeira vez que foi possível detetar a que período pertence um dinossauro australiano a partir do seu maxilar.
Segundo o Diário de Notícias, o nome Galleonosaurus dorisae vem da forma do maxilar superior, que faz lembrar o casco de um veleiro que tem o nome de Galeão.
Este é já o quinto ornitópode descoberto no vale do Rift, uma floresta com cerca de 4000 quilómetros que no período Jurássico se estendia da Austrália à Antártida. Além disso, é o segundo dinossauro descoberto na região de Gippsland.
O primeiro – Qantassaurus interpidus – foi descoberto em 1999. “Parece-nos que estes dois dinossauros de tamanhos semelhantes eram ambos herbívoros, ainda que se alimentassem de diferentes géneros de plantas, o que fazia com que fosse possível coexistirem”, disse o professor Matthew Herne, à ABC.
A recente investigação concluiu ainda que existe uma ligação próxima entre os ornitópodes do sul da Austrália e os da Patagónia. “Cada vez mais consolidamos a ideia de intercâmbio entre dinossauros terrestres num supercontinente chamado Gonduana que unia a Austrália, a América do Sul e a Antártica, durante o período Cretáceo.”