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O norte magnético da Terra move-se a uma velocidade sem precedentes em direção à Rússia

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Novos dados de satélite indicam que o pólo norte magnético da Terra se move a uma velocidade sem precedentes e cada vez mais rápida à medida que avança para a Rússia, mais precisamente em direção à Sibéria, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). 

Os dados foram apresentados esta semana pelo Centro Nacional de Dados Geofísicos dos Estados Unidos (NGDC), em colaboração com o British Geological Survey (BGS).

De acordo com o mais recente modelo magnético global, que vai vigorar até 2025, prevê-se que o “pólo norte magnético da Terra continuará à deriva em direção à Rússia, embora a uma velocidade lentamente decrescente, até aproximadamente 40 quilómetros por ano”, explica a NOAA em comunicado.

Esta velocidade, apesar de decrescente, é muito maior do que a registada em décadas anteriores. “O pólo norte magnético vagou lentamente pelo norte do Canadá de 1590 até meados de 1990 e depois acelerou nos últimos 20 anos, passando de 10 quilómetros por ano para mais de 50 quilómetros por ano”, explicou o cientista Ciaran Beggan, do BGS, em declrações ao jornal britânico Daily Mail.

“Pelo contrário, o pólo sul magnético quase não se moveu nos últimos 100 anos, uma vez que o fluxo do núcleo externo é muito mais silencioso”, acrescentou.

Depois de estar perto do Canadá durante centenas de anos, recorde-se, o norte magnético começou a mover-se rapidamente em direção à Sibéria desde o início do ano.

“Acreditamos que o pólo norte magnético foi absorvido por uma corrente de jato em movimento rápido perto do topo do planeta e que esta está a fazer com que [o norte magnético] seja arrastado do Canadá para a Sibéria”, acrescentou.

Campo magnético enfraquece 5% a cada ano

O modelo agora apresentando frisa ainda que o campo magnético enfraquece cerca de 5% a cada século. Se esta tendência se mantiver, poderá ser revertido.

Como o modelo do campo magnético mundial é amplamente utilizado em sistemas de navegação, civis e militares, a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos atualiza periodicamente as suas informações.

Os pólos norte e sul magnéticos deslocam-se e não coincidem com os pólos norte e sul geográficos, apesar de serem próximos geograficamente. Na longa história do planeta, o pólo norte magnético nem sempre esteve no norte geográfico e até já chegou a estar a sul – a inversão dos pólos ocorreu já várias vezes, não tendo sido registada nos últimos 780 mil anos. A inversão é um fenómeno gradual, durando cerca de cem mil anos ou até mais.

ZAP //

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