Nomes de utentes estão a desaparecer das listas dos Centros de Saúde

8

A Federação Nacional de Médicos critica a forma como o Ministério da Saúde está a actualizar as listas de utentes do Serviço Nacional de Saúde, denunciando que há nomes que estão a desaparecer, embora as pessoas continuem a existir.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) começou, nas últimas semanas, a “limpar” as listas de utentes inscritos nos Centros de Saúde. Esta triagem é normal para fazer uma actualização e o Ministério da Saúde diz que é feita automaticamente.

Contudo, a Federação Nacional de Médicos (FNM) critica a forma como está a ser feita. A presidente da entidade, Joana Bordalo e Sá, diz à SIC Notícias que “os utentes identificados como não frequentadores são automaticamente suspensos da lista”.

Isto “significa que até pode haver situações de famílias que acabam por ser desmembradas, em que um pai que não vai com tanta frequência ao SNS é eliminado da lista”, nota Joana Bordalo e Sá.

Assim, a plataforma informática “faz uma limpeza dos utentes que não vão com tanta frequência ao Centro de Saúde, e que se calhar também não precisam, mas têm direito de ir”, acrescenta a médica.

Depois dessa “limpeza” nas listas, “são automaticamente colocados outros utentes” de “uma forma cega”, critica ainda a presidente da FNM.

Há cerca de 1,7 milhões de pessoas sem médico de família em Portugal. A triagem que o SNS está a fazer, com o “desaparecimento” de nomes, pode ajudar a melhorar a situação neste aspecto, mas apenas em termos teóricos.

“É uma forma de atribuir médico de família a quem está em lista de espera, mas os utentes que desaparecem, ou ficam suspensos, continuam a existir”, nota Joana Bordalo e Sá na SIC Notícias.

Na prática, a situação pode assim piorar para os utentes, como refere a médica que critica a “falta de competência” do Ministério da Saúde para resolver o problema da falta de médicos de família.

Joana Bordalo e Sá entende que o Ministério não tem contratado “médicos de família suficientes para acabar com esta calamidade”.

Para a presidente da FNM, “temos médicos suficientes em Portugal, não temos é médicos suficientes no SNS”.

“A FNM não vai ficar mais 15 meses à espera que o senhor ministro arranje uma solução”, promete também a presidente da FNM.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

8 Comments

  1. Como é que se pode penalizar assim pessoas que, provavelmente, não vão ao centro de saúde por estarem bem de saúde? Mas isto não significa que ,de um dia para o outro, a pessoa não adoeça e , por isso, precise de ir ao seu médico de família! Mas, por ardilosa decisão do governo, não poderá fazê-lo! Afinal o estado português quer prejudicar, desta forma, as pessoas que, talvez ,por cuidarem mais da sua saúde não precisam tanto de ir aio médico? Isto é no mínimo incoerente e malévolo!

  2. Finalmente consigo uma explicação para o meu caso.
    Mudei de casa em 2007 altura em que me dirigi ao centro de saúde a pedir inscrição. No final de 2021 sofri um acidente de viação. Necessitando de uma baixa para o trabalho entrei em contacto com o referido centro . A funcionária disse-me então que não tinha direito a médico. Nem consultas diárias se quizer vá a outro.
    Ou seja os meus impostos são muito bem empregues. Mesmo na altura do Covid não recebi qualquer notificação do referido centro.
    Portanto não existo.
    Vieram agora a contactar para levar o meu boletim de vacinas.
    portugal

  3. O meu médico de familia faleceu mas eu não soube. Algum tempo depois ao me dirigir ao centro de saúde, fui informado que não tinha médico de familia porque ele tinha fslecido. Já lá vão 15 anos e continuo sem médico de familia. Maravilha de país.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.