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Os 12 anos de poder de Netanyahu estão a chegar ao fim. Lapid e Bennett chegam a acordo

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Abir Sultan / EPA

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Depois de o atual primeiro-ministro de Israel não ter sido capaz de formar Governo, Yair Lapid e Naftali Bennett confirmaram estar a trabalhar numa solução multipartidária para governar o país. O poderio de 12 anos de Benjamin Netanyahu está a chegar ao fim.

A três dias de terminar o prazo para formar Governo em Israel, o centrista na oposição Yair Lapid e o ultranacionalista Naftali Bennett chegaram a um acordo.

Segundo o The Washington Post, Bennett será o primeiro a assumir o cargo de chefe do Executivo, apesar de ter sido o partido do centrista Lapid a alcançar mais votos nas legislativas. Está prevista, porém, a rotação do cargo de primeiro-ministro entre ambos.

Este Governo com rotação de primeiro-ministro vai pôr fim aos mais de 12 anos consecutivos do conservador Benjamin Netanyahu no poder.

“É a minha intenção fazer o máximo possível para formar um Governo de unidade nacional em conjunto com o meu amigo Yair Lapid, para que juntos possamos salvar o país de uma queda livre”, disse Naftali Bennett, em conferência de imprensa.

Netanyahu já reagiu, acusando Bennett de estar à frente da “fraude do século“, que levará o país a ser governado por um “Executivo de esquerda perigoso”. De acordo com o Expresso, o primeiro-ministro israelita disse ainda que fez “ofertas incríveis” ao partido de Bennett, mas que este recusou por só estar interessado nos benefícios pessoais.

Bennett defendeu-se, afirmando que um futuro Governo de coligação não será de esquerda, e dizer isso é dizer uma mentira. “Não mudámos os nossos valores. Este não será um Governo que cede território ou hesita em tomar ações militares quando necessário”, acrescentou.

“Há quatro eleições que assistimos o nosso amado país a ser dilacerado, a ficar enfraquecido e a perder a sua capacidade de funcionar”, disse, apontando o dedo a Netanyahu e acusando a atual governação de promover “ódio e divisão”.

Os detalhes para o executivo de coligação têm estado a ser ultimados e, se houver entendimento, Benjamin Netanyahu terá de dizer adeus à liderança do Executivo israelita.

O Observador avança que, meia hora depois do discurso de Bennett, Netanyahu fez uma intervenção televisiva onde voltou a insistir na sua proposta (já rejeitada) de formar um Governo no qual o chefe da Nova Esperança, Gideon Sa’ar, ocupará o cargo de primeiro-ministro inicialmente, seguindo-se ele próprio e depois Bennett.

Sa’ar rejeitou essa ideia no domingo e Bennett põe de lado uma coligação das direitas. Só há duas opções: novas eleições legislativas, as quintas desde abril de 2019, ou um Governo de coligação de partidos anti-Netanyahu, à esquerda e à direita.

Segundo a imprensa israelita, se esta última solução avançar, Naftali Bennett ocuparia o cargo de primeiro-ministro durante os primeiros dois anos, e alternaria com Yair Lapid nos dois anos seguintes.

Na sequência de quatro eleições legislativas em apenas dois anos, Lapid foi incumbido, no início do mês, pelo Presidente Reuven Rivlin, de procurar uma alternativa governativa.

O prazo final para apresentar uma solução que tenha apoio no Knesset (Parlamento) termina à meia-noite da próxima terça-feira, pelo que são esperados detalhes a qualquer momento.

ZAP //

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