A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, lamentou no domingo em Berlim o fracasso das negociações da CDU com os liberais do FDP e com Os Verdes para a formação de um novo governo.
Desde as eleições de setembro passado, a CDU (União Democrata Cristã) de Angela Merkel, a União Social-Cristã (CSU), o FDP e Os Verdes, negociavam para alcançar um acordo prévio que lhes permitisse iniciar negociações formais de coligação.
Após o fracasso de mais uma ronda negocial, Angela Merkel garantiu que fará tudo para que a Alemanha seja bem liderada durante “as difíceis semanas que se avizinham”.
Os pontos críticos das negociações têm que ver com a política de refugiados, a luta contra as alterações climáticas e os desejos de reduções fiscais por parte do FDP.
O Presidente alemão, Frank Walter Steinmeier, tinha instado os partidos a chegarem a um compromisso e apelou para que assumissem as responsabilidades que os eleitores lhes deram nas eleições de setembro.
Na história da República Federal da Alemanha, ou seja desde 1949, nunca houve um governo de minoria a nível federal, e formaram-se sempre coligações com acordos prévios que fazem as vezes de programa comum de governo.
Presidente alemão cancela visita após falharem negociações para formar Governo
O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, cancelou hoje a visita que tinha previsto fazer até terça-feira ao estado federado de Renânia do Norte-Vestfália, depois de, no domingo à noite, as negociações para formar Governo fracassarem.
O Presidente é o responsável pela definição de uma rota para a nomeação de um novo Governo e, neste momento, se não mudarem as posições dos partidos – os conservadores de Angela Merkel, os liberais e os verdes -, tem duas opções sobre a mesa: avançar para um executivo minoritário, fórmula nunca testada na Alemanha, ou convocar novas eleições gerais.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou no domingo à noite que informaria Steinmeier da impossibilidade de formar um Governo tripartido, o único que daria uma maioria estável no Parlamento após os sociais-democratas terem recusado reeditar a grande coligação que vigorou até às eleições de setembro.
“Parto do princípio de que haverá novas eleições perto da Semana Santa“, disse hoje à rádio pública alemã, Deutschlandfunk, um dos negociadores dos Verdes, Jürgen Trittin.
Ao fim de cinco semanas de conversações, foram os liberais que decidiram no domingo romper as negociações, considerando que não foi alcançada “uma base de confiança” entre os três partidos ou uma ideia comum para a modernização do país.
“É melhor não governar do que governar mal“, disse o líder do Partido Liberal, Christian Lindner.
Frank-Walter Steinmeier tinha instado os partidos a chegarem a um compromisso e apelou para que assumissem as responsabilidades que os eleitores lhes deram nas eleições de setembro.
Quem também já se pronunciou foi Macron, presidente francês. “Não temos interesse num ambiente tenso, no que nos diz respeito, temos de avançar”, disse Macron, no início de uma reunião com o líder do Partido Republicano, Bernard Accoyer, sobre questões europeias.
Macron considerou que “há um risco real” de não haver acordo e considerou “bastante duras” as declarações do líder dos liberais, Christian Lindner.
Angela Merkel enfrenta a sua pior crise política em 12 anos de poder no seguimento do fracasso nas negociações para a formação de governo.
Não havendo uma coligação, a maior potência económica europeia arrisca-se a ficar paralisada durante semanas ou meses, quer a nível nacional, quer a nível europeu.