A Nebulosa da Chama “arde” como uma fogueira cósmica

ESO / Th. Stanke & ESO / J. Emerson / VISTA / Cambridge Astronomical Survey Unit

A Nebulosa da Chama

Com a ajuda do Atacama Pathfinder Experiment (APEX), uma equipa de astrónomos captou a região de formação de estrelas em comprimentos de onda de rádio, revelando detalhes da Nebulosa da Chama que nunca tínhamos visto.

A nova imagem processada é baseada em observações realizadas há anos pelo antigo astrónomo do Observatório Europeu do Sul (ESO), Thomas Stanke, e a sua equipa.

“Como os astrónomos gostam de dizer, sempre que há um novo telescópio ou instrumento disponível, observamos Orion onde há sempre algo novo e interessante a descobrir”, comentou Stanke, citado pelo Science Alert.

A Nebulosa da Chama faz parte do Complexo de Nuvens Moleculares de Orion, localizado na constelação de Orion, que é uma das regiões mais bem estudadas do céu noturno.

Este complexo contém um vasto conjunto de nebulosas formadoras de estrelas que se estende por centenas de anos-luz em todas as direções, começando a cerca de 1.000 anos-luz do Sistema Solar. Por ser tão próximo e tão grande, é um excelente laboratório para estudar a formação de estrelas.

A Nebulosa da Chama aloja no seu centro uma multidão de novas estrelas que emitem radiação de alta energia e faz resplandecer os gases que a rodeiam. É uma nebulosa de emissão, isto é, emite a sua própria luz.

ESO / Th. Stanke

Nebulosa da Chama em comprimentos de onda de rádio

O que faz brilhar uma nebulosa de emissão é a ionização de gases na nebulosa pela radiação de uma estrela quente próxima. Uma vez que as estrelas jovens são muito quentes, os viveiros estelares (como esta fogueira cósmica) tendem a brilhar intensamente.

As estrelas nascem em nuvens densas de gás e poeira, que tendem a obscurecer a sua presença em comprimentos de onda óticos. O problema foi resolvido com o APEX, um instrumento que captura imagens em comprimentos de onda de rádio, em detalhes que os nossos olhos são incapazes de ver.

Nesta investigação, os astrónomos conseguiram também encontrar uma nebulosa nunca antes vista, quase perfeitamente circular – o que sugere uma nuvem esférica sem estrelas.

Os cientistas batizaram este objeto de glóbulo da Nebulosa da Vaca e acreditam que poderia ser usado para estudar a estrutura e dinâmica das nuvens.

O trabalho da equipa foi aceite para publicação na Astronomy & Astrophysics. Para já, está disponível no arXiv.

ZAP //

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