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Neandertais praticavam uma espécie de “odontologia pré-histórica”

Um grupo de cientistas da Universidade do Kansas, nos EUA, descobriu que os Neandertais praticavam uma espécie de “odontologia pré-histórica” há 130 mil anos, de acordo com um novo estudo que analisou um conjunto de dentes encontrados há mais de 100 anos, na Croácia.

A análise dos dentes de um Neandertal mostrou uma série ranhuras e fraturas que revelam tentativas de lidar com problemas odontológicos como um dente danificado e um outro desalinhado, revelam os autores do estudo publicado no Bulletin of the International Association for Paleodontology.

O antropólogo David Fryer, o dentista Joseph Gatti, a especialista Janet Monge, da Universidade da Pensilvânia e a curadora do Museu de História Natural na Croácia, Davorka Radovčić, analisaram os dentes com um microscópio para documentar o uso oclusal, e as fraturas do esmalte.

Os cientistas analisaram quatro dentes que foram encontrados separados há mais de 100 anos, em Krapina, na Croácia, mas que que provavelmente pertenciam ao lado esquerdo da boca de um indivíduo.

“As fendas observadas no pré-molar indicam que o Neandertal tinha algum problema dentário que estava a tentar tratar sozinho“, afirmou o antropólogo David Frayer, citado pelo site da Kansas University.

“Foi uma conexão interessante ou um conjunto de fenómenos que se encaixam da forma que esperamos que um ser humano moderno reaja”, destacou.

Segundo os especialistas, a nova descoberta indica que os Neandertais eram muito mais inteligentes do que se pensava. Frayer disse que não foi possível recuperar a mandíbula para procurar provas de doença periodontal, mas os arranhões e as fendas nos dentes indicam que provavelmente causaram irritação e desconforto no indivíduo.

Os cientistas também verificaram que o terceiro molar e um pré-molar foram empurrados para fora das suas posições normais. “As ranhuras indicam que este individuo estava a enfiar algo na sua boca para tentar alcançar o pré-molar que estava fora da sua posição”, disse Frayer.

“Talvez não seja surpreendente que um Neandertal tenha feito isto, mas ainda não tinha sido encontrado nenhum outro espécime que combinasse todas estas intervenções”, adiantou.

ZAP //

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