O restos do naufrágio foram encontrados no Lago Michigan 130 anos depois de a embarcação se ter afundado durante uma tempestade.
Na manhã de 30 de setembro de 1893, a escuna Margaret A. Muir navegava no Lago Michigan quando se deparou com uma forte tempestade.
Apesar dos esforços para chegar ao porto mais próximo, o navio afundou-se, levando tragicamente consigo o querido cão do capitão.
Mais de 130 anos depois, os investigadores localizaram o Margaret A. Muir no leito do lago, graças ao trabalho da Wisconsin Underwater Archaeology Association (WUAA).
A descoberta foi anunciada na semana passada por historiadores marítimos que utilizaram registos históricos e um aparelho de sonar de varrimento lateral caseiro para encontrar o navio perdido.
A busca foi liderada pelo historiador marítimo Brendon Baillod, que há duas décadas compilava uma base de dados de naufrágios perdidos no Wisconsin. Acreditando que havia uma boa hipótese de localizar o Margaret A. Muir, Baillod pediu a ajuda da WUAA no ano passado.
Reduzindo a área de busca a uma grelha de cinco milhas quadradas, os investigadores partiram a 12 de maio num barco a motor. Quando estavam prestes a concluir a busca do dia, repararam numa formação invulgar no fundo do lago.
Tratava-se do Margaret A. Muir, que se encontrava a 15 metros de profundidade, a poucos quilómetros de Algoma, no Wisconsin, escreve a Smithsonian.
A descoberta levou ao envolvimento de Tamara Thomsen, arqueóloga marítima do estado do Wisconsin, que liderou uma expedição para captar imagens de alta resolução do naufrágio.
Estas imagens permitiram aos investigadores criar um modelo 3D do navio, revelando o seu estado de deterioração, com um convés desmoronado e os lados soltos.
No entanto, muitas peças do equipamento do convés, incluindo duas âncoras gigantes, bombas manuais, um guincho de proa e um cabrestante, permaneceram intactas.
O Margaret A. Muir, construído em Manitowoc, Wisconsin, em 1872, teve uma carreira de 21 anos transportando várias cargas através dos cinco Grandes Lagos.
Na altura do naufrágio, o Margaret A. Muir transportava 4.375 barris de sal de Bay City, Michigan, para South Chicago, Illinois.
Depois de navegar pelo Estreito de Mackinac, caiu uma tempestade com rajadas de vento de até 80 quilómetros por hora. Inicialmente, o navio parecia resistir ao mau tempo, mas por volta das 7h30 da manhã, ondas gigantescas batiam no convés.
O capitão David Clow tentou chegar ao porto mais próximo, Ahnapee (atualmente Algoma), Wisconsin, mas encontrou vários metros de água no porão. Ordenou à tripulação que abandonasse o navio, mas antes que o fizessem, o navio deu um violento solavanco e afundou-se, levando consigo o fiel cão do capitão.
“Muitos navios dos Grandes Lagos tinham uma mascote, geralmente o animal de estimação do capitão”, diz Baillod à Smithsonian. “Eram muitas vezes cães de raça grande, como o Terra Nova do Trinidad”.
Enquanto pesquisava o naufrágio, Baillod procurou informações adicionais sobre o cão, mas sem sucesso.
Este foi o segundo naufrágio descoberto pela equipa no Lago Michigan com um cão perdido.
O Trinidad também tinha uma mascote de quatro patas, um grande Terra Nova, que estava a dormir junto ao fogão quando o navio se começou a afundar. O barco afundou-se tão rapidamente que o cachorro não teve tempo de escapar.