Estudo revela a natureza complicada da “masturbação problemática”

A perceção do que é masturbação problemática varia muito de acordo com cada indivíduo entende ser a frequência ideal.

Um estudo pioneiro publicado na Archives of Sexual Behavior revelou que as implicações psicológicas da masturbação não são determinadas unicamente pela sua frequência.

Em vez disso, o estudo realça que as perceções individuais e o alinhamento entre a frequência desejada e a frequência real desempenham papéis significativos no bem-estar mental.

A pesquisa baseou-se em dados de 12  271 gémeos finlandeses. Os participantes tinham entre 18 e 49 anos e fizeram parte do projeto Genetics of Sex and Aggression, que recolheu os dados em 2005 e 2006.

Os resultados revelam que os homens, em média, masturbavam-se mais frequentemente do que as mulheres — aproximadamente 3,18 vezes por semana em comparação com 1,62 vezes das mulheres. No entanto, a frequência não se correlacionou com níveis mais elevados de angústia sexual nos homens.

Em vez disso, os níveis de angústia foram mais elevados em indivíduos — independentemente do género — que se masturbavam mais ou menos do que a frequência desejada.

Sijia (Leslie) Huang, autora principal do estudo, afirma que definir “masturbação problemática” é um desafio e depende de múltiplos fatores. Por exemplo, 30,2% dos homens e 11,9% das mulheres relataram masturbar-se mais frequentemente do que desejado, mas apenas 8,3% dos homens e 2,7% das mulheres também experienciaram angústia sexual.

Notavelmente, 6,3% dos homens e 2,1% das mulheres que se masturbavam menos frequentemente do que a média ainda consideravam os seus hábitos problemáticos.

“A conceptualização da ‘masturbação problemática’ é complicada e não há uma resposta que sirva a todos”, disse Huang ao PsyPost.

O estudo também investigou o impacto de traumas na infância e contexto familiar na auto-perceção dos hábitos de masturbação. Indivíduos com histórico de abuso sexual na infância eram mais propensos a considerar os seus hábitos problemáticos, enquanto aqueles criados em famílias com uma visão positiva do sexo relataram menos angústia, relata o Psy Post.

Apesar dos seus contributos, o estudo tem limitações, dependendo de dados auto-relatados recolhidos há mais de uma década. Huang sugere que investigações futuras devem considerar esses fatores e também explorar a relação entre o uso crescente de pornografia e angústia sexual.

ZAP //

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