Não foram turistas, mas acólitos que usaram túmulo de Herculano como bengaleiro

DGPC

Área com patologias a intervencionar no Mosteiro dos Jerónimos

Afinal, não foram turistas que utilizaram o túmulo de Alexandre Herculano, no Mosteiro dos Jerónimos, como bengaleiro para pendurar casacos e mochilas. A responsabilidade terá sido de acólitos, no âmbito de uma cerimónia de ordenação de padres.

Esta versão é apresentada pela mulher que tirou as fotografias que foram divulgadas nas redes sociais, com mochilas e casacos pendurados no túmulo de Alexandre Herculano, na Sala do Capitólio do Mosteiro dos Jerónimos, e pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).

“Naquele dia em concreto, e tendo o Mosteiro dos Jerónimos uma igreja, o espaço foi cedido ao Patriarcado de Lisboa, que lá faria a ordenação de padres. E foi no âmbito dessa cedência que aconteceu aquela situação”, refere ao Observador uma fonte oficial da DGPC.

Assumindo a situação “delicada” e o “acto censurável”, a entidade assegura que “a situação não está relacionada com turismo” e que o incidente “aconteceu num espaço de poucos minutos e logo que a vigilância detectou, tratou de emendar”.

O Observador chegou à fala com a autora das fotografias, que recusou identificar-se, e que garante que o vigilante não agiu como a DGPC alega, comunicando-lhe antes que “a sala estava a ser utilizada pelo Patriarcado e que inclusivamente deveria estar fechada ao público”.

Esta fonte sublinha que foi visitar “uma exposição evocativa do Alexandre Herculano” quando se deparou com “a sala com dezenas de mochilas e casacos”. “Mas não era só no túmulo; era por todo o lado“, aponta, considerando ainda que as pessoas que estavam consigo lhe disseram ter visto “acólitos na paramentação”.

Todavia, fonte oficial do Patriarcado de Lisboa rejeita que o que define como uma situação “preocupante” tenha sido causada pelos acólitos que ajudaram à missa.

“Então, as pessoas deixavam as coisas pousadas no túmulo e entravam na igreja?”, questiona uma fonte não identificada do Patriarcado, citada pelo jornal online.

A mesma fonte assume, porém, que a sala onde se encontra o túmulo “era normalmente utilizada para a paramentação dos acólitos“. “Eventualmente, podem ter lá deixado os seus pertences durante a celebração”, diz ainda, embora notando que “não faz sentido que tenham sido estes a deixar os pertences em cima do túmulo”.

ZAP //

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