A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) esclareceu esta sexta-feira que a espécie de percevejo ‘Halyomorpha halys’, que tem provocado estragos em várias culturas, sobretudo fruteiras, não é perigosa para pessoas ou animais.
“[…] A DGAV esclarece que o ‘Halyomorpha halys’ não é perigoso para pessoas, nem para animais. Não morde, não pica, não suga sangue, nem transmite doenças, exalando apenas um cheiro forte e desagradável”, indicou, em comunicado.
Até ao momento, não foram reportados à DGAV estragos nas culturas que possam estar associados a esta praga.
Contudo, notou que um possível aumento destes insetos pode ser mais uma preocupação para a proteção fitossanitária das culturas.
Segundo a mesma nota, o ‘Halyomorpha halys’ é uma espécie exótica, “que se pode confundir com outras espécies de percevejos existentes em Portugal”, e que tem vindo a causar, em várias partes do mundo, elevados estragos em algumas culturas, designadamente em espécies de fruteiras.
A praga teve início em Paris e o inseto já foi detetado em, pelo menos, 19 Estados-membros da União Europeia. A DGAV antecipa que a sua dispersão vá continuar.
A praga chegou a Portugal devido ao aumento do calor, turismo e imigração. Os percevejos têm um ciclo reprodutivo acelerado, com as fêmeas a pôr até 400 ovos entre julho e agosto.
Os percevejos parecem ter uma preferência por locais habitados, aninhando-se em frechas de janelas, barracões e até em malas de viagem.
Existem principalmente dois tipos que foram identificados: os percevejos-de-cama e percevejos asiáticos. O primeiro é hematofágico e alimenta-se exclusivamente de sangue, geralmente sem que a pessoa se aperceba de que foi picada, enquanto que o segundo, que é o que foi detetado em Portugal, é herbívoro.
Portugal tem um programa de prospeção para identificar a presença deste inseto, à semelhança do que acontece para mais de 90 pragas e doenças emergentes.
A DGAV alerta os agricultores para a necessidade de estarem “particularmente atentos” a este inseto, face à sua fácil dispersão através do movimento de mercadorias, meios de transporte e pessoas.
“Trata-se de uma praga de difícil controlo por não existirem inseticidas eficazes, havendo alguma experiência, nomeadamente em Itália, no recurso a um parasitoide para controlo biológico”, sublinhou.
Nesta fase do ano, estes insetos procuram abrigos em fendas para passarem o inverno, podendo aglomerar-me “em grandes quantidades” num determinado local, como casas e barracões. ´
Caso descubra uma praga em sua casa, o melhor a fazer é contratar uma empresa de desinfestação. Um método eficaz também pode ser tentar afogar os insetos numa bacia com água e detergente.
ZAP // Lusa