“Não será a batalha decisiva”. Responsáveis ucranianos limitam expectativas para contraofensiva

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Ministro da Defesa da Rússia / EPA

Chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos considera “muito difícil” que a Ucrânia consiga uma vitória este ano.

Numa altura em que diversos analistas antecipam contraofensivas ucranianas e russas para as próximas semanas, os responsáveis do país têm-se desdobrado em declarações no sentido de moderar as expectativas.

Esta semana, em declarações ao Financial Times, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, explicou que é preciso “afastar, de todas as formas possíveis, a perceção de que esta contraofensiva será a batalha decisiva da guerra”.

Também Oleksii Reznikov, ministro da Defesa, explicou na televoosão estoniana ERR que a operação pode começar em maio, mas tudo irá depender do clima e do armamento disponível — vale a pena relembrar que o exército ucraniano está atualmente a reunir os tanques Leopard e Challenger, assim como outro armamento fornecido pelos aliados ocidentais.

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, destacou na semana passada as dificuldades que se podem esperar da operação, nomeadamente condições climatéricas, escreve o Público.

A moderação vem também do exterior e de uma figura com enorme peso militar, Mark Milley, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas) dos Estados Unidos. De acordo com o responsável. é altamente improvável que as forças ucranianas estejam perante um triunfo iminente.

“[Volodymyr] Zelensky já declarou várias vezes que o objetivo ucraniano é expulsar todos os russos dos territórios ocupados. Essa é uma tarefa militar significativa, muito, muito difícil”, explicou o general norte-americano ao site Defende One. De acordo com a sua leitura, uma vitória de Kiev sobre Moscovo, a acontecer, só deverá ocorrer após 2023. “Não estou a dizer que é impossível, apenas que é uma tarefa muito complicada”.

Mesmo assim, reforçou uma ideia que já havia deixado patente em declarações na Câmara dos Representantes. A de que as forças russas estavam a ser “massacradas” pela Ucrânia. Por outro lado, Milley preferiu não se alongar quanto ao fornecimento de mais material bélico à Ucrânia, nomeadamente o sistema de mísseis de longo alcance ATACMS.

“Temos relativamente poucos ATACMAS, e temos que garantir que o nosso inventário também é mantido. E, além disso, o alcance da arma — acho que há um certo exagero sobre aquilo que um ATACMS pode, ou não, fazer”.

ZAP //

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