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“Não quero mordomias”. Vitorino Silva vai cancelar campanha durante novo confinamento

RTP / Lusa

O candidato presidencial Vitorino Silva anunciou este domingo que vai cancelar as ações da sua campanha eleitoral durante o novo confinamento a partir de meados da próxima semana devido à pandemia de covid-19.

Questionado pelos jornalistas, em Peniche, o candidato também conhecido como Tino de Rans respondeu que vai cancelar as ações de campanha previstas para os dias do novo confinamento que se avizinha. “Pertenço ao povo, não quero mordomias”, justificou o candidato, explicando que, se o povo estiver confinado em casa, ele também estará.

Vitorino Silva considerou que as eleições deveriam ter sido “adiadas logo em setembro” e, tendo em conta a evolução da situação pandémica no país, defendeu que “não há condições” para os portugueses irem votar no dia 24.

No primeiro dia de campanha, o candidato às eleições presidenciais parte com o objetivo de arrecadar mais votos do que há cinco anos. “Toda a gente sabe que eu quero mais um voto e eu acredito nisso”, afirmou, acrescentando “houve pessoas que não votaram e jovens que já simpatizavam com o Tino e ainda não tinham idade para votar e hoje têm”.

Vitorino Silva arrancou a campanha com uma visita à Fortaleza de Peniche, no distrito de Leiria, por ser um local simbólico da luta pela democracia. “Se não houvesse gente de coragem a saltar estes muros, a democracia não era uma realidade para todos e, simbolicamente, é a razão de eu ser candidato e poder debater com pessoas diferentes. Quando havia aqui presos, as pessoas não podiam pensar diferente”, lembrou.

No local, apanhou as pedras que mostrou a André Ventura num debate televisivo, para simbolizar a diversidade de pessoas e de cores políticas envolvidas no 25 de Abril de 1974 que permitiram que agora pudesse estar “a debater com quem pensa diferente”.

Junto à costa, o candidato frisou também a importância de os portugueses se virarem mais para o mar, já que “97% do território é mar” e o “mar é a grande porta para o mundo”.

Campanha arranca este domingo

A campanha oficial para as eleições presidenciais arrancou este dominho com a maioria dos candidatos a centrar as ações na parte da manhã, antes do recolher domiciliário decretado para as 13:00, devido à pandemia de covid-19.

Este fim de semana está proibida a circulação entre todos os concelhos de Portugal continental (entre as 23:00 horas de 8 de janeiro e as 5:00 de 11 de janeiro) e entrou em vigor o dever de recolhimento domiciliário em 253 concelhos, às 13:00 horas.

Apesar da atividade político partidártia não ser abrangida pelas restrições do estado de emergência, algumas candidaturas optaram por adaptar as campanhas, reduzindo contactos de rua ou limitando os horários.

A candidatura de Ana Gomes tinha iniciativas no distrito de Setúbal durante a manhã mas decidiu cancelar face ao “agravamento da situação sanitária” e anunciou que todas as ações no terreno planeadas até ao final da campanha “ficarão dependentes das novas medidas” que deverão ser anunciadas na próxima quarta-feira.

A candidata apoiada pelo BE, Marisa Matias, anunciou que estará no Museu da Cerâmica, em Sacavém, Loures, para um encontro com ex-trabalhadoras da fábrica Triumph, da parte da manhã. À tarde, pelas 17:00, participa num comício mas em formato virtual.

A candidatura de João Ferreira, candidato apoiado pelo PCP e “Os Verdes”, também alterou a agenda depois de serem conhecidas as restrições do fim de semana, optando por antecipar para as 11:00, no Coliseu do Porto, um comício que contará com a presença do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e que será a única iniciativa do dia.

Por seu lado, Ventura, que é também presidente do Chega, arranca a campanha no distrito de Beja, com uma concentração à tarde junto ao Cineteatro Municipal de Serpa, seguida de um comício, a começar pelas 17:00, e não tem mais ações neste dia.

O Presidente da República, e candidato, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que não tem ações de campanha previstas até dia 18, por estar em vigilância depois de ter tido um contacto com um elemento da sua Casa Civil infetado com o novo coronavírus.

O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves, não tem ações de campanha previstas para este domingo.

As presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente em democracia, desde 1976.

Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

ZAP // Lusa

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