Durante milhares de milhões de anos, não houve fogo na Terra

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Apesar de poderem existir vulcões a expelir magma quente na superfície de Vénus, o planeta mais quente do Sistema Solar, nunca houve fogo. Em Mercúrio e Júpiter também não, assim como em nenhum dos outros planetas que rodeiam o nosso Sol. A Terra é a única felizarda, mas nem sempre foi assim.

A Terra existiu sem fogo durante milhares de milhões de anos. Os primeiros habitantes do planeta viveram num mundo sem fogo durante mais tempo do que aquele que é possível imaginar.

Embora os vulcões pudessem ter produzido “fontes de fogo” como as que provavelmente se produziram em Io, não passa de magma a ser forçado e pulverizado para fora de uma abertura.

Segundo o IFL Science, há cerca de 2,4 mil milhões de anos, a atmosfera da Terra era provavelmente uma espessa névoa de metano, resultado do aparecimento de vida bacteriana no planeta.

Com o Grande Evento de Oxidação, as antigas cianobactérias começaram a produzir energia a partir da luz solar, libertando oxigénio para a atmosfera. O oxigénio molecular começou então a acumular-se na atmosfera pela primeira vez, mas não numa concentração suficiente para a combustão.

Este evento, também conhecido por Catástrofe do Oxigénio, pode ter sido o responsável por submeter a Terra a um congelamento profundo, dado que o oxigénio desestabilizou o metano, eliminando-o e colapsando o seu efeito de estufa. Resultado? A Terra tornou-se fria e sem presença de fogo.

O primeiro registo fóssil de fogo é originário do período Ordoviciano Médio, milhares de milhões de anos mais tarde. Neste período, que teve lugar há 470 milhões de anos, as primeiras plantas terrestres – nomeadamente musgos e hepáticas – produziram mais oxigénio, criando uma concentração suficiente para provocar incêndios.

No entanto, como os níveis de oxigénio oscilaram de forma descontrolada neste início, os primeiros registos de incêndios florestais extensos datam de há cerca de 383 milhões de anos.

ZAP //

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