Não é um dragão nem um alien. Este monstro é real e vive nas florestas de Portugal

Não, esta fotografia não é tirada de um filme de terror. Também não é um conceito artístico gerado em computador de um qualquer orc tolkeniano, dragão ou monstro extra-terrestre. É uma foto macro de uma pequena criatura que vive nas florestas portuguesas.

Os vencedores da edição 2022 do concurso de fotografia Nikon Small World foram recentemente anunciados. E apesar de não ter vencido, uma das fotografias a concurso é simplesmente assombrosa.

A imagem em causa, que retrata o “monstro” que mostramos acima, é uma fotografia ampliada de um exemplar de Camponotus cruentatus, ou formiga carpinteira.

Foi captada pelo fotógrafo lituano Eugenijus Kavaliauskas, que em boa hora decidiu deixar de fotografar aves de rapina e especializar-se em captar imagens do mundo microscópico das pequenas criaturas que nos rodeiam.

O assustador close-up da formiga carpinteira captado por Kavaliauskas é uma das contempladas com a menção honrosa de “Image of Distinction” do concurso, que premeia anualmente as melhores fotomicrografias da Natureza.

A fotomicrografia, técnica fotográfica de obtenção de imagens ampliadas com lentes ópticas poderosas, permite observar detalhes de estruturas não visíveis à vista desarmada, como células e micróbios — e deu-nos esta incrível e fantasmagórica imagem de uma minúscula criatura inofensiva.

“Na natureza não há monstros“, disse Kavaliauskas em declarações (com que nem todos concordam) ao Insider. “Quando comecei a fazer microfotografia achava que os escaravelhos eram pequenos monstros. Agora, fico apenas surpreendido com a beleza de tantos pequenos milagres desconhecidos que temos aos nossos pés”.

E então este monstro fantástico, onde o encontramos?

As formigas carpinteiras habitam sobretudo em áreas florestais, em colónias formadas essencialmente por obreiras estéreis que tomam conta das larvas da sua rainha e da limpeza da colónia. As maiores são também alistadas no exército da colónia.

A espécie, considerada bastante agressiva pela associação FAPAS, é endémica da Península Ibérica e uma das maiores espécies do seu grupo em Portugal. As rainhas e alguns soldados podem chegar aos 2 cm e viver até 10 anos.

As formigas carpinteiras alimentam-se da seiva açucarada e nutritiva extraida das plantas pelos pulgões — de quem tomam conta, para os “ordenhar”, oferecendo-lhes em troca proteção contra os seus predadores.

Estas formigas não são assim apenas carpinteiras… são também pastoras.