Não é feminista? Isso pode ser mau sinal

A pesquisa descobriu uma correlação entre as crenças anti-feministas e uma maior classificação em testes sobre traços da tríade obscura.

Um novo estudo publicado na Personality and Individual Differences descobriu uma associação entre ser anti-feminista e os traços de personalidade da tríade obscura — narcisismo, maquiavelismo e psicopatia.

Para chegarem a esta conclusão, os autores recrutaram 343 pessoas com idades entre os 18 e os 54 anos do Reino Unido, relata o PsyPost.

Os voluntários completaram um inquérito que media 27 itens na escala curta da tríade obscura, tendo de responder se concordavam ou discordavam com frases como “digo o que for preciso para conseguir o que quero” (psicopatia), “as pessoas vêem-me como um líder natural” (narcisismo) e “gosto de usar manipulação esperta para conseguir os meus objetivos” (maquiavelismo).

Os participantes também responderam à escala FEM, onde tiveram que dizer se concordavam ou discordavam com coisas como “as mulheres têm o direito a competir com os homens em todas as esferas de atividade”, “uma mulher que recuse ter filhos falhou no seu dever para com o marido” e “as mulheres não devem poder ter cargos políticos que envolvam grandes responsabilidades”.

Os investigadores notaram uma correlação entre quem tem mais crenças anti-feministas e quem tem classificações mais altas nos traços da tríade obscura, tanto nos homens como nas mulher que participaram no estudo. No entanto, a magnitude deste efeito foi mais forte nos homens do que nas mulheres, algo consistente com estudos anteriores.

Os cientistas acreditam que, no caso das mulheres, esta relação se explica pelo facto de que as mulheres com mais traços da tríade obscura são mais competitivas com o próprio sexo e rejeitam conceitos feministas porque “favorecem os seus próprios interesses à solidariedade com outras mulheres”.

“Pesquisas futuras podem testar esta ideia ao examinarem a interação entre a tríade obscura, o feminismo e a competitividade intrasexual nos homens e nas mulheres”, remata o estudo.

ZAP //

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