Um novo estudo sugere que o género de música geralmente usado por investigadores e terapeutas nas experiências com compostos psicadélicos pode não ser o mais eficaz.
De acordo com o site IFLScience, estas experiências e terapias tendem a usar música clássica, mas esta nova pesquisa sugere que, afinal, esse pode não ser o género de música mais apropriado.
Para conduzir este estudo, publicado a 29 de dezembro na revista científica ACS Pharmacology and Translational Science, os investigadores administraram psilocibina a dez participantes para os ajudar a deixar de fumar.
Enquanto estavam sob a influência deste alucinogénico, os pacientes ouviram duas listas de reprodução diferentes, uma das quais consistia em música clássica ocidental e a outra em sons “baseados em tons” (através do uso de instrumentos como gongos e tigelas tibetanas, muitas vezes sem qualquer estrutura melódica).
Numa fase posterior, os participantes preencheram questionários sobre essas duas listas de reprodução. No que toca às “experiências místicas”, os resultados indicam que a segunda opção foi ligeiramente mais eficaz.
Na sessão de terapia seguinte com a psilocibina, os pacientes puderam escolher qual das duas preferiam ouvir. Seis dos dez participantes optaram pela segunda opção que, curiosamente, foram também os que tiveram mais sucesso na difícil tarefa de parar de fumar.
Os autores do estudo consideram que pode ser um erro assumir que apenas um género de música é melhor do que os outros quando se trata de psicoterapia psicadélica e que as preferências pessoais de cada paciente devem ser tidas em conta.
Certo é que vários estudos já mostraram que o uso da música amplifica os efeitos emocionais e terapêuticos dos compostos psicadélicos e que a combinação destes dois é muito melhor do que só tomar a substância de forma isolada.