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O mundo poderá ficar sem um importante recurso (e ninguém fala disso)

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Jason Parker-Burlingham / Wikimedia

Uma mina de fosfato no Utah, Estados Unidos

Um grupo de 40 especialistas internacionais alerta num relatório que, se não fizermos nada sobre a escassez de fósforo, isto poderá trazer uma catástrofe global para as gerações seguintes.

Sabemos que o mundo está a lidar com vários problemas nos dias que correm, desde as alterações climáticas, à subida dos oceanos, passando pela possibilidade de uma eventual sexta extinção em massa. Porém, há uma outra crise de que mal ouvimos falar.

De acordo com o Science Alert, trata-se da escassez do fósforo, um mineral essencial para todas as plantas e animais da Terra. E se o continuarmos a ignorar, os cientistas dizem que pode trazer uma catástrofe global para as próximas gerações.

O fósforo não é um elemento renovável e, atualmente, não existem substitutos conhecidos e são poucas as áreas das quais é extraído. À medida que o mundo precisa de quantidades cada vez maiores, o stock é também cada vez menor.

Nos últimos 50 anos, os fertilizantes à base deste elemento químico quintuplicaram e, com a população humana a crescer de forma constante, a procura deverá duplicar até 2050.

“Não há colaboração ou coordenação a uma escala global que assuma a responsabilidade de governar este recurso, nem mesmo entre os estados-membros da União Europeia ou dos Estados Unidos”, afirma o ecologista Kasper Reitzel, que estuda o fósforo nos ecossistemas aquáticos e ajudou a escrever o relatório publicado, em julho, na revista Environmental Science & Technology.

Nos níveis atuais de consumo, alguns modelos sugerem que vamos ficar sem reservas de fósforo em 80 anos. Estimativas mais moderadas falam em 400 anos, enquanto que outras dão-nos menos de 40 anos para encontrar uma solução para este problema iminente.

Embora reduzir o consumo seja a chave para resolver o problema, também será importante aprender a reciclá-lo, sendo que ambos terão especial impacto nos países em desenvolvimento. Enquanto que os EUA já foram o principal produtor mundial de fósforo há 30 anos, a Índia e a China representam agora mais de 45% do consumo à escala mundial.

Durante todo estes anos, as práticas de mineração e consumo quase não melhoraram. Atualmente, misturas químicas enriquecidas com fosfato são adicionadas ao solo sedento de nutrientes, antes de serem levadas para o mar. Isto não apenas polui os oceanos e os cursos de água, como também é algo insustentável.

Ao desenvolver um sistema de reciclagem num ciclo fechado, os investigadores dizem que o fosfato pode ser reutilizado aproximadamente 46 vezes como combustível, fertilizante ou alimento (o que for necessário).

Como resposta a anos de inação, os cientistas que subscreveram este relatório estão a apelar às indústrias e autoridades globais que desenvolvam uma nova geração de profissionais em sustentabilidade de nutrientes, que possam trabalhar juntos para “garantir o gerenciamento internacional de fósforo e um ambiente limpo”.

ZAP //

13 Comments

  1. Parece haver realmente uma insolúvel escasses de certos recursos para uma população mundial de 7,5 bilhões de pessoas; e ainda sendo mantida uma tendência do crescimento da população mundial.
    O problema é que o controle de natalidade e a redução do número de pessoas não interessa nem ao capitalismo e nem às esquerdas.
    Temos que conscientizar que esse problema está acima das fronteiras particulares defendidas zelosamente pela maioria das nações do mundo, está acima das ideologias, de raças, religiões ou quaisquer outras características ou diferenciações. Dessa decisão depende a preservação da nossa espécie e as condições de habitabilidade de nosso pequeno planeta.

    • Só em países autoritários é que a sua (Sinfrónio Neto) ideia é aplicada. A China é um bom exemplo mas, actualmente eles julgo que já deixaram a política de filho único. E a Europa que cada vez mais está a braços com a baixa natalidade…………menos pessoas, menos descontos para a segurança social, impossibilidade de pagar reformas. Muito cuidadinho com a divulgação palavra de ordem não previamente reflexionadas. Há várias metodologias para usarmos mais eficientemente o fósforo, componente tão importante na “alimentação” das plantas (o fósforo é um macronutriente principal para as plantas). Sem plantas lá se vão queixar os vegetarianos; sem plantas também não haverão herbívoros e assim lá se vão os que gostam tanto de um bom bife, de uma boa francesinha, etc., etc., etc.

      • Olá, seu JPA, meu país é democratico e elegemos os presidentes por maioria em voto popular.
        Em meu comentário não sugeri que os governos devam impor o controle da natalidade. Convoco as pessoas a ter consciência do problema. Se quiserem ter 10-12 filhos definitivamente não é de minha conta.
        Um renomado biólogo ingles adverte que a humanidade virou uma praga na terra, provocando um perigoso desequilibrio com sua altíssima capacidade de consumo e destruição.
        Tenho a percepção de que ele está correto.
        Só isso.

        E torço também para que seu país jamais retorne ao Salazarismo.

      • É fácil escrever “um renomado” biólogo inglês! Qual o nome de biólogo? Mais uma vez se constata que uma grande percentagem do povo português ainda considera que o que vem de fora é que é bom. Nós, portugueses, temos biólogos de grande prestígio. Viva Portugal!

  2. Por momentos cheguei a pensar que estava a acabar a cerveja… fónix
    Viva o Spooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooorting

  3. Antes de mais nada, lembramolo-nos. Nada mudou, senhores! Nada mudou! Continua mesmo é olho por olho e dente por dente. Cada um que defenda o seu território primeiro, sua casa primeiro, sua família, sua nação, ou seja, cada um por si e Deus por todos. Continua sendo “idiotice” ter ideias autruistas. Pensando assim é que vamos atingir “nosso” objetivo. A autodestruição. E não vai demorar. É exponencial.
    Até breve

  4. Antes de mais nada, lembramolo-nos. Nada mudou, senhores! Nada mudou! Continua mesmo é olho por olho e dente por dente. Cada um que defenda o seu território primeiro, sua casa primeiro, sua família, sua nação, ou seja, cada um por si e Deus por todos. Continua sendo “idiotice” ter ideias autruistas. Pensando assim é que vamos atingir “nosso” objetivo. A autodestruição. E não vai demorar. É exponencial.
    Até breve

  5. Pode acabar em 40 ou em 400 anos. Estas previsões infalíveis deixam-me cheio de preocupação. Já nem durmo mais.

    Acho piada haver quem apele à redução do consumo. O fósforo é um elemento essencial para as plantas crescerem. Como é que reduzimos o consumo? Comemos pedras?

  6. Somente agora fui alertado para este problema mas, infelizmente os comentários sobre esta informação, no geral são não fundamentados. Você sabe que se utilizam muitos fosfatos nos detergentes que usamos regularmente; não sou apologista de cortes radicais mas, porque não deitar menos detergente nas máquinas de lavar se, na maior parte das vezes desperdiçamos muito do detergente que aí aplicamos. O Sr. que refere que o fósforo (fosfato) é um principais nutrientes das plantas tem toda a razão; o fósforo tem pouca mobilidade dentro do solo e, por isso é de todo conveniente não fazer aplicações de adubos fosfatados à superfície do solo, muito especialmente se for num terreno declivoso pois ele será arrastado sobre a superfície desse solo aquando da época de maior pluviosidade e irá contaminar os ribeiros e rios (eutrofização das águas); posteriormente não se admirem que nessas águas surjam demasiadas plantas aquáticas que impossibilitarão a oxigenação da água………os peixes morrerão. Então, como proceder aquando da aplicação de adubos fosfatados? Cobrir esses adubos com algum solo e, se possível, aplicar uma enorme diversidade de métodos que diminuam a escorrência da água superficial.

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