Mundial 2022: o que une Inglaterra, Arábia Saudita e Qatar?

Ronald Wittek / EPA

Há selecções que apostam nos jogadores da casa. Outros não têm grandes alternativas. E ainda há uma curiosidade chamada Camarões.

Olhando para a pergunta apresentada no título, a primeira resposta que deve surgir nos leitores é “nada”.

Aliás, para alguns adeptos da selecção inglesa, até deve ser uma ofensa.

Mas, olhando por outra perspectiva, para os jogadores que foram convocados para este Mundial 2022, há de facto algo que une, ou pelo menos que aproxima muito, Inglaterra, Arábia Saudita e Qatar.

O Qatar já foi para o Qatar. A selecção da casa ficou fora do torneio logo na fase de grupos, sem surpresas.

Olhámos para as viagens de regresso aos clubes que os 26 jogadores convocados iriam fazer. Todas as viagens são muito curtas. Todas mesmo: é que todos os futebolistas convocados jogam no Qatar, em clubes do Qatar.

E é também no Qatar que há um recorde: o Al-Sadd cedeu 13 jogadores. Nenhum clube teve tantos representantes numa selecção, neste Mundial.

Ali ao lado, a Arábia Saudita segue o mesmo regime: todos os convocados jogam em equipas sauditas.

E é aqui que a Inglaterra (quase) entra neste grupo restrito: entre os 26 convocados, 25 jogam na Premier League. O “estrangeiro” chama-se Jude Bellingham, a promessa que alinha pelo Borussia Dortmund.

Mais nenhuma selecção aproxima-se desta tendência caseira dominante. Ao longe fica a Alemanha: 20 dos 26 jogadores actuam na Bundesliga.

Noutro contexto, há uma curiosidade: a selecção dos Camarões tem 26 clubes representados na lista. Sim, 26 jogadores, 26 clubes. Um jogador por cada clube.

É a única selecção que apresenta essa particularidade. Mas diversas ficam próximas, com destaque para outra selecção africana – Gana, adversária de Portugal, tem dois jogadores do Brugge e, a partir daí, é um jogador por cada clube. 25 clubes em 26 convocados.

A Croácia tem quatro jogadores do Dínamo Zagreb. Todos os outros seguem o rumo de um futebolista por clube. Japão e Polónia têm 24 clubes na lista.

A Dinamarca é quase igual, convocou jogadores de 23 clubes, mas tem outro registo peculiar: o clube que cede mais jogadores (três) é o “gigante” Brentford – treinado pelo dinamarquês Thomas Frank.

Neste caminho há outro registo que será inédito: a França, campeã mundial, tem uma maioria de jogadores…do Bayern Munique. Quatro atletas, mais um do que o Real Madrid. E o treinador do Bayern não é francês.

Em Portugal, como mencionámos ainda antes do início do Mundial, há a curiosidade de seis equipas cederem três jogadores cada. Todas as outras têm um representante cada.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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