Há países onde é frequente encontrar múmias de gatos dentro das paredes das casas. Porquê?

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A prática centenária comum no norte da Europa e na América do Norte servia para proteger as casas do azar e dos espíritos do mal.

Em vários países europeus e na América do Norte, é frequente encontrar gatos mumificados dentro das paredes das casas.

Os cientistas acreditam que esta prática centenária surgiu como um meio de proteção contra espíritos malignos e má sorte, com folclore, superstição e história à mistura.

O ritual, que remonta à Idade Média e perdurou até ao século XX, reflete a longa e complexa relação entre os gatos e o sobrenatural em várias culturas. Em Lancashire, Inglaterra, por exemplo, uma múmia de gato datada do século XVII foi descoberta nas paredes de uma casa em 2011.

Esta tradição também é recorrente durante a caça às bruxas dos séculos XV a XVIII. Durante essas caças, os gatos, frequentemente considerados “familiares” de bruxas, eram vistos tanto como fontes de mal quanto de proteção mágica para as pessoas comuns, relata o Grunge.

Os antigos egípcios, conhecidos pelas suas práticas de mumificação, consideravam os gatos animais sagrados e mumificavam-nos para que os acompanhassem na vida após a morte.

Esta veneração aos gatos como criaturas místicas influenciou significativamente a cultura e as práticas religiosas do mundo antigo, especialmente na Grécia e Roma, e posteriormente em toda a Europa.

A prática de enterrar gatos mortos nas paredes, embora bizarra para os padrões modernos, era apenas uma forma de “sacrifício de fundação” entre muitas. No passado, não era incomum incorporar uma variedade de objetos nas fundações das casas para apaziguar as forças espirituais, incluindo “garrafas de bruxa” cheias de urina, cabelo e unhas, sapatos, crânios de cavalo e outros itens.

A descoberta do gato mumificado em Lancashire é apenas um exemplo entre vários. Em 2009, a BBC relatou uma descoberta semelhante em Ugborough, onde uma lenda local já apontava para a existência de tal gato.

Após a descoberta, o proprietário da casa decidiu recolocar a múmia no lugar, adicionando um “pouco de cor” à vila.

Enquanto a prática de emparedar gatos mortos pode ter caído em desuso, o fascínio pelas formas como os nossos antepassados confrontaram o medo e o desconhecido permanece viva.

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