Mullah ameaçou queimar um camião da Pepsi por causa dos códigos QR

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As empresas de bebidas utilizam frequentemente códigos QR em latas e garrafas para que os consumidores possam ter acesso a mais informação nutricional e de fabrico.

Imran Noshad Khan caminhava numa estrada movimentada na cidade de Karachi, no Paquistão, quando se apercebeu de uma multidão a rodear um camião da Pepsi, na véspera do Ano Novo.

Dois homens discutiam na berma da estrada, sendo que um deles apontava para o código QR numa garrafa de 7Up, um refrigerante distribuído pela Pepsi.

“Um deles estava a dizer [ao camionista]: ‘Isto tem o nome do Profeta Maomé. Vou atear fogo ao teu camião. Vou matar-te se não resolveres isto”, contou Khan à VICE.

O homem, que se identificou como Mullah, pediu a Khan para gravar um vídeo. Nele, é possível ver que as várias tentativas de Khan para esclarecer que a inscrição é, na verdade, um código QR, foram em vão.

“Solicito à empresa que elimine esta marca. Ficarei grato se o fizerem, mas se não o fizerem, haverá uma grande guerra. Deitar-nos-emos em frente a este camião e incendiá-lo-emos”, ameaçou Mullah, avisando que se a sua exigência não fosse atendida dentro de dois ou três dias, incendiaria qualquer camião da empresa com que se deparasse.

No Paquistão, a blasfémia é um crime punível com morte, e até mesmo a aparência de blasfémia ou qualquer conteúdo interpretado como ofensivo ao Islão pode desencadear ataques liderados pela máfia.

A situação, que parece caricata mas pode ter contornos graves, começou a assustar Khan, que se arrependeu de se ter metido na discussão.

Quando começou a abandonar o local, Mullah disse-lhe que fazia parte do grupo extremista Jammat-ud-Dawa e que tinha “lutado em Caxemira”, insinuando que o assunto não acabaria ali.

Liliana Malainho, ZAP //

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