Mulheres menos propensas à covid-19 por respeitarem mais o distanciamento social

Uma das razões pelas quais as mulheres podem ser menos vulneráveis ​​a infeção pelo novo coronavírus deve-se ao facto de serem mais propensas a aderir às políticas de distanciamento social, sugeriu uma nova pesquisa.

Uma pesquisa realizada em oito países, entre março e abril, revelou que existem diferenças substanciais de género, tanto no número de pessoas que consideravam a covid-19 uma grave crise de saúde quanto nas que concordavam com as políticas públicas para ajudar a combater a pandemia.

Em março, por exemplo, 59% das mulheres consideravam o coronavírus um grave problema de saúde, enquanto 49% dos homens partilhavam da mesma opinião. As mulheres também estiveram à frente em termos de cumprimento das políticas públicas de saúde para controlar a pandemia.

Embora o número de pessoas que cumprem as regras tenha diminuído com o tempo, especialmente na Alemanha, a diferença de género persistiu, notaram os investigadores no estudo, publicado a 15 de outubro na Proceedings of the National Academy of Sciences.

“As maiores diferenças entre homens e mulheres estão relacionadas a comportamentos que servem para proteger os outros em primeiro lugar, como tossir no cotovelo, ao contrário daqueles que podem proteger a si mesmos e aos outros”, indicou em comunicado Paola Profeta, uma das investigadoras envolvidos na estudo.

A pesquisa foi realizada na Austrália, Áustria, França, Alemanha, Itália, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos, envolvendo quase 22 mil pessoas.

As diferenças entre homens e mulheres foram menores entre os casais, bem como entre indivíduos mais diretamente expostos à pandemia, diminuindo com o tempo nos casos em que ambos os géneros foram expostos ao mesmo fluxo de informações.

Vincenzo Galasso, outro dos investigadores envolvidos na pesquisa, disse que “os formuladores de políticas que buscam uma nova normalidade feita de mobilidade reduzida, máscaras e outras mudanças de comportamento deveriam projetar uma comunicação diferenciada por género se quiserem aumentar a adesão dos homens”.

ZAP //

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