//

Mulher autoriza eutanásia de um estranho por engano (e processa hospital)

Uma norte-americana processou um hospital por negligência e por colocar a sua família de luto, depois de mesma autorizar a retirada do suporte de vida de um indivíduo que julgava ser seu irmão.

Segundo informou o Huffpost, na terça-feira, Shirell Powell processou o Hospital St. Barnabas, no Bronx (Estados Unidos), depois de a unidade de saúde ter trocado a identidade de um paciente, afirmando que se tratava do seu irmão – Fred Williams. Este encontrava-se, na verdade, numa prisão de Nova Iorque.

De acordo com um artigo da Associated Press, divulgado na segunda-feira, Shirell Powell sentou-se durante vários dias ao lado do paciente que julgava ser seu irmão, internado com danos cerebrais após ter sofrido uma ‘overdose‘.

Depois de ter autorizado os médicos a desligar as máquinas que mantinham o “irmão” a respirar, e de começar a organizar o seu funeral, foi informada pelas autoridades que tinha ocorrido um “grande erro“. A fatalidade foi descoberta pelo médico-legista da cidade que realizou a autópsia, avançou o Washington Post.

“Descobriu-se que o paciente inconsciente era um afro-americano de 40 anos, chamado  Freddy Clarence Williams, e não o seu irmão, que não tem o nome do meio [Clarence]”, indica o Huffpost.

De acordo com o New York Post, o irmão de Shirell Powell estava preso desde de 01 de julho de 2018. “Quase desmaiei porque matei alguém que nem conhecia. Dei o consentimento”, disse ao jornal. “Eu pensei: ‘Onde está meu irmão? O que está a acontecer? Fiquei arrasada”.

A norte-americana está a processar o hospital por danos não especificados, acusando a unidade de saúde de negligência e de ter causado “danos emocionais severos”.

Ao New York Post, Shirell Powell disse que, inicialmente, surgiram dúvidas quanto ao facto de o homem na cama do hospital ser mesmo o seu irmão. Contudo, acabou-se por concluir que era difícil reconhecê-lo devido ao inchaço.

O advogado de Shirell Powell, Alexander Dudelson, contou que a sua cliente tinha intenções de falar com a família do homem a quem autorizou o desligamento das máquinas, de forma a expressar as suas condolências, mas o escritório do médico-legista e o hospital não lhes forneciam informações, evocando preocupações com a privacidade.

O incidente levou a alguma tensão entre Shirell Powell e o seu irmão, Fred Williams. “Ele disse: ‘Ias me matar?'”, contou ao New York Post. “Expliquei-lhe que não havia nada a fazer, uma vez que estava em morte cerebral”, referiu a norte-americana.

Ao mesmo jornal, Fred Williams assegurou que não estava chateado com a irmã, mas sim com o hospital.

Um porta-voz de St. Barnabas disse ao HuffPost que o hospital não ia comentar sobre litígios pendentes, além de afirmar que o processo “não tinha mérito”.

TP, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.