Portugal já ultrapassou a marca dos 1000 casos de mpox. Neste “novo surto”, desde 1 de junho, já foram detetados 49 casos.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), foram detetados 49 casos de mpox em Portugal, entre 1 de junho e 28 de julho.
“Este novo surto caracteriza-se por uma estirpe diferente do surto de 2022, refletindo a reintrodução do vírus no grupo de maior risco em Portugal e cadeias de transmissão potenciadas no contexto de eventos e festivais de verão”, adiantou a DGS, através de um comunicado.
De acordo com a DGS, todos os casos são homens, maioritariamente residentes na Região de Lisboa e Vale do Tejo (38), com idade entre os 22 e os 55 anos.
“Dos casos confirmados, 29 (74%) são homens que tiveram sexo com homens”, refere a autoridade de saúde.
Considerando os 21 dias anteriores ao início dos sintomas, 17 (44%) casos referem frequência de saunas, 33 (85%) tiveram contactos sexuais com múltiplos parceiros e 18 (46%) participaram em atividades de sexo em grupo e/ou anónimo, alguns em contexto de festivais de verão; nenhum caso refere viagens ao estrangeiro.
Desde o início do surto de mpox em maio de 2022 e até 28 de julho de 2023, foram reportados em Portugal 1002 casos confirmados laboratorialmente, incluindo um óbito, sendo que desde o passado dia 27 de março que não eram reportados novos casos em Portugal.
Segundo dados da DGS, foram vacinadas, entre 16 de julho de 2022 a 28 de julho de 2023, 4823 pessoas, a maioria das quais na região de Lisboa e Vale do Tejo. Das 8009 inoculações, 7054 ocorreram em contexto de pré-exposição.
Face ao ressurgimento de novos casos em Portugal, a DGS reforça a necessidade do isolamento dos casos e da interrupção das cadeias de transmissão entre expostos.
Informação útil sobre a mpox
A doença foi detetada pela primeira vez em Portugal no ano passado. É rara e, habitualmente, não se dissemina facilmente entre os seres humanos.
O vírus não é novo, sendo conhecido desde 1958 quando foi identificado em macacos de origem asiática, durante experiências científicas na Dinamarca.
A transmissão é feita pelo contacto de lesões com a pele, nomeadamente através das relações sexuais. É ainda transmissível através de contacto com animais, ou contacto próximo com pessoas infetadas e com materiais contaminados.
De acordo com a DGS, a infeção manifesta-se com sintomas como lesões ulcerativas, erupção cutânea e gânglios palpáveis que podem ser acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço.
O estado febril dura, em média, entre um a três dias e só depois disso, é que começarão as erupções e/ou lesões, que podem prolongar-se por duas a quatro semanas. Estas lesões podem causar dor ou ter pus, desenvolvendo depois crostas. No entanto, a maioria dos casos de infeção são assintomáticos.
A infeção não costuma evoluir para casos graves. Portanto, o tratamento depende muito dos sintomas, mas envolve, sobretudo, medicamentos para aliviar os sintomas.
ZAP // Lusa