“Isto é algo que nos devia preocupar a todos”. A Organização Mundial de Saúde declarou esta quarta-feira o surto de mpox em África como Emergência Global de Saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.
A Emergência Global de Saúde decretada esta quarta-feira pela OMS surge depois de pelo menos 13 países africanos terem registado surtos de Mpox, a também chamada “varíola dos macacos”.
Este é o mais alto nível de alerta da organização, e não era emitido desde o fim da pandemia de Covid-19.
No início da semana, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, CDC África, tinha já declarado que o surto de Mpox era uma emergência de saúde pública, com mais de 500 mortes confirmadas, apelando para ajuda internacional para travar a disseminação do vírus.
“Isto é algo que nos devia preocupar a todos. O potencial para uma disseminação além África é muito preocupante”, disse o diretor geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado pela Associated Press.
O continente africano, que tem poucas vacinas disponíveis de momento, registou o maior número de casos da doença, em virtude de uma nova variante descoberta em 2023, na República Democrática do Congo, e que se tem alastrado para outros países africanos.
Na sequência do novo surto, o diretor-geral da OMS já tinha anunciado o prolongamento por um ano das recomendações permanentes contra o risco crónico do vírus mpox em vários países africanos.
“Decidi prolongar as recomendações permanentes por mais um ano para ajudar os países a responder ao risco crónico de varíola”, disse Ghebreyesus na reunião do comité de emergência da OMS.
O que é a Mpox?
A Mpox, conhecida até 2022 como “varíola do macaco“, é uma doença infecciosa zoonótica causada pelo vírus MPXV, um membro da família Poxviridae, que também inclui os agentes responsáveis pela varíola bovina e humana.
Foi descoberto em 1958 em macacos em cativeiro num centro de investigação na Dinamarca, e o primeiro caso humano foi registado na República Democrática do Congo em 1970.
Tal como acontece com outros vírus da varíola, a infeção por mpox provoca uma erupção cutânea que progride para bolhas que podem causar comichão ou dor. As feridas podem aparecer em qualquer parte do corpo e a pessoa permanece infecciosa até que todas as bolhas estejam curadas.
Sintomas como febre, dores musculares e dores de garganta aparecem normalmente antes da erupção cutânea, e a doença dura normalmente cerca de um mês.
Durante esse tempo, os doentes podem ter complicações graves que podem mesmo ser fatais, como infeções bacterianas secundárias, pneumonia e sépsis.
Embora a maioria das pessoas recupere, as pessoas com sistemas imunitários comprometidos ou com VIH não controlado correm um maior risco de doença grave.
O Mpox ganhou particular notoriedade em 2022, quando uma estirpe do vírus começou a espalhar-se pelo mundo, levando a declarações locais e globais de emergência de saúde pública.
No entanto, os especialistas estão muito preocupados com a possibilidade de que a estirpe do vírus responsável pelos surtos regulares surgidos no Congo nas últimas décadas possa alastrar a outros países, com consequências potencialmente mais letais.
ZAP // Lusa
Como se processa a transmissão? Falta essa informação….
“Transmissão de pessoas infectadas para pessoas sem a doença:
Pele a pele (toque ou sexo vaginal/anal); Boca a boca (beijo); Contato boca-pele (sexo oral ou beijo na pele); Gotículas respiratórias provenientes de contato próximo prolongado.”