Ministério Público investiga dinheiro doado para ajudar bebé Matilde

(dr) Facebook

O Ministério Público está a investigar a gestão dos donativos, no valor de mais de 2,5 milhões de euros, que foram feitos para ajudar a pagar o tratamento da bebé Matilde.

“Confirma-se a existência de um inquérito que corre termos no DIAP de Lisboa. O mesmo encontra-se em investigação e sujeito a segredo de justiça”, confirmou a Procuradoria-Geral da República ao jornal Correio da Manhã.

Com apenas duas semanas de vida, os médicos diagnosticaram a bebé Matilde com Atrofia Muscular Espinhal tipo I. Até então, em Portugal, apenas estava disponível o tratamento com o Spinraza, que implica a toma vitalícia de injeções, uma vez que apenas atrasa a destruição da proteína e não estimula a sua produção.

Os pais da bebé conseguiram, então, mobilizar o país numa onda de solidariedade cujo objetivo era angariar dois milhões de euros para a compra do medicamento mais caro do mundo, o Zolgensma. Alcançado o objetivo, o Estado viria depois a comparticipar na totalidade a despesa associada ao fármaco.

Uma vez que o medicamento foi comparticipado pelo Estado, o casal passou a ajudar outras crianças com a mesma doença de Matilde, garantindo ter auxiliado já 55 casos. No entanto, escreve o CM, os pais de Matilde continuam sem revelar, por exemplo, o saldo atual da conta ou detalhes dessas ajudas.

“Este é um processo transparente. Esse valor pertence à Matilde. Será usado para todos os tratamentos, terapias e equipamentos que necessite”, defendem ao jornal.

Segundo o diário, há pessoas que estão a pedir o reembolso dos donativos feitos, por considerarem que o propósito inicial da campanha se alterou, e que ainda não receberam qualquer resposta. Sobre esta situação, o casal diz que “é um não tema”.

Questionados sobre como é feita a gestão do dinheiro e a escolha das crianças ajudadas, os pais da Matilde explicam que “as ajudas são feitas mediante as necessidades das crianças e as transferências são sempre feitas diretamente para as clínicas, empresas e hospitais”.

O casal explica também porque é que não entregou a totalidade ou parte do dinheiro a uma associação de solidariedade. “Nós, pais, sabemos melhor do que ninguém quais as reais necessidades da nossa filha e jamais iríamos colocar a vida e o futuro da nossa filha na mão de terceiros.”

ZAP //

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