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MP investiga crime no atraso do socorro no naufrágio da Figueira da Foz

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Paulo Novais / Lusa

Familiares dos pescadores desaparecidos durante o naufrágio de um arrastão à entrada do porto da Figueira da Foz

Familiares dos pescadores desaparecidos durante o naufrágio de um arrastão à entrada do porto da Figueira da Foz

O Ministério Público (MP) está a investigar a forma como decorreu o socorro aos pescadores do barco Olívia Ribau que naufragou na terça-feira, 6 de Outubro, à entrada do porto da Figueira da Foz.

A embarcação levava sete pescadores, quatro dos quais morreram. Dois deles foram resgatados com vida e há ainda um corpo desaparecido.

Em causa está a possibilidade de ter ocorrido o crime de omissão de auxílio, fruto da demora de uma hora e meia na chegada dos meios de socorro da Marinha e do Instituto Nacional de Socorro a Náufragos (ISN).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma ao jornal Público a abertura do inquérito-crime que está a decorrer no Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra.

A Câmara da Figueira da Foz e a população de pescadores local queixa-se do atraso na chegada dos meios de socorro, culpando a Marinha.

Uma das pessoas que manifestou a sua revolta perante essa alegada demora, Pedro Daniel Nossa, relata ao Público que viu um dos pescadores que veio a falecer “agarrado ao barco a gritar durante 45 minutos sem socorro”.

O jornal adianta ainda que o primeiro meio de socorro a intervir foi “um agente da Polícia Marítima, que nem trabalha na Figueira” e que, chegado ao local, “pegou numa mota de água e fez-se ao mar descalço e de calças de ganga”, salvando os dois pescadores que sobreviveram à tragédia.

O comandante Paulo Vicente, porta-voz da Marinha, destaca no Público que a instituição “vê com agrado o facto de serem apuradas as devidas responsabilidades”.

“A Marinha não tem nada a esconder e está, aliás, a proceder a uma averiguação interna”, frisa ainda o comandante Paulo Vicente.

ZAP

2 Comments

  1. A marinha é boa é a perseguir e multar os pescadores. Tanto na Figueira como em Aveiro, onde a perseguição ainda é maior que na Figueira.

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