Motard português morreu no Paquistão quando dava a volta ao mundo

Mission Unplug / Facebook

O motard português Nuno Castanheira de óculos a mostrar uma paisagem montanhosa no Irão.

O motard português Nuno Castanheira no Irão durante a sua volta ao mundo que acabou no Paquistão, onde morreu num acidente de viação.

O motard português Nuno Castanheira morreu no Paquistão, na passada quinta-feira, vítima de um acidente de viação quando estava a tentar dar a volta ao mundo. Tinha 28 anos.

O jovem da Marinha Grande faleceu após a sua mota ter colidido de frente com uma pickup na zona de Talu e Bara Tagizri Landhi, próximo de Dalbandin, como reporta o jornal The Express Tribune. A colisão provocou ainda dois feridos que viajavam na pickup.

Nuno Castanheira tinha entrado no Paquistão no dia anterior, através da fronteira com o Irão. Ainda foi atendido no Hospital Prince Fahad, mas acabou por morrer vítima dos ferimentos.

“Os acidentes fatais são galopantes na província devido a redes rodoviárias em ruínas e serviços de autocarros abaixo do padrão e que, em grande parte, não cumprem as normas de segurança”, aponta o The Express Tribune.

O jornal lembra ainda outro acidente “horrífico” que ocorreu, neste ano, em Lasbela, quando um autocarro com 48 passageiros caiu de uma ponte para uma ravina, matando 41 pessoas.

“Abandonou companhia de seguros para cumprir o sonho”

Nuno Castanheira partiu de Portugal em Maio passado e tencionava voltar dentro de dois anos, depois de cumprir o sonho de realizar a volta ao mundo, contam os seus amigos ao Jornal de Notícias (JN).

“Infelizmente, não conseguiu cumprir o sonho”, lamenta Mário Nuno, sócio do Clube Motard da Marinha Grande, em declarações ao jornal.

“O Nuno tinha um sorriso que mostrava tudo o que ele era: uma pessoa querida, muito humilde e que sonhava”, refere ainda Mário Nuno contando que o motard deixou a vida profissional na área dos seguros para viajar pelo mundo.

Licenciado em Gestão, Nuno Castanheira trabalhou na Deloitte e na Fidelidade, em Lisboa. “Abandonou a companhia de seguros para cumprir o sonho”, revela Mário Nuno.

“Foi sozinho até meio do Irão, onde encontrou um alemão, com quem fez alguns quilómetros”, conta ainda o amigo do motard português.

Nuno Castanheira tinha criado uma página no Facebook intitulada “Mission Unplug”, onde relatava a sua viagem.

Na última publicação que partilhou na rede social falou de “uma das experiências mais espectaculares desta viagem“. “O cenário criado pelas dunas é fascinante e espero um dia conseguir andar nelas de moto, como deve ser! Acampar no deserto estava na minha bucket list. Infelizmente, depois de termos montado a tenda e cozinhado, eu e o meu amigo Martin Wuerzer tivemos de encontrar abrigo noutro sítio. O vento ficou demasiado forte. A tenda encheu-se de areia e por pouco não voou dali para fora! Fica para uma próxima!”, escreveu há seis dias.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros está a acompanhar o processo de transladação do corpo do motard para Portugal através da Embaixada portuguesa em Islamabad, no Paquistão.

Os restos mortais de Nuno Castanheira devem chegar ao nosso país até ao final da próxima semana.

ZAP //

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