Mosquitos pensam que somos plantas (graças a tecnologia portuguesa)

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(dr) Universidade do Minho

Pulseira feita de silicone medicinal leva os mosquitos a julgar que os humanos são plantas. Taxa de 98% de sucesso, em 300 experiências no Brasil.

Há uma pulseira com toque português que leva os mosquitos a pensarem que os seres humanos, afinal, são plantas.

Essa inovação foi criada pela portuguesa Filipa Fernandes, formada pela Escola de Engenharia da Universidade do Minho e diretora de inovação da start-up Ooze Nanotech. É produzida em Vila Verde.

A pulseira odorífera é feita de silicone medicinal e, no interior, de cera com compostos e derivados de plantas.

Perante o calor corporal, liberta de forma controlada um odor que confunde os insectos, graças à combinação eficaz das plantas citronela, neem e lavanda.

“Só sentimos um leve aroma ao colocar a pulseira, ao contrário dos mosquitos, que até se podem aproximar e pousar em nós, mas não vão picar, pois desta vez julgam estar sobre uma planta e irão procurar alimento [sangue] noutros animais”, descreveu a especialista de 37 anos.

Cada pulseira tem um raio de acção de 60 centímetros e dura 30 dias: “É algo pioneiro, pois não danifica o ecossistema, não é um repelente e nem esse dura tanto tempo”.

O objectivo é confundir os mosquitos Anopheles e Aedes, transmissoras de doenças como malária, zika, dengue, febre amarela e chikungunha. A pulseira pode ter impacto a nível sanitário, social, económico e turístico, sobretudo em países tropicais.

“Podemos ajudar a diminuir a mortalidade destas doenças e quiçá a erradicar a propagação, além de permitir poupanças aos sistemas nacionais de saúde”, acredita Filipa.

Combater as espécies Culex, transmissoras da febre do Nilo, está também nas metas deste processo.

Depois de cinco anos concentrada neste projecto, a pulseira – alvo de patente nesta altura – passou à fase de testes em 300 pessoas, no Brasil, com taxa de sucesso de 98%.

Segue-se um teste no Burkina Faso, com aval da Organização Mundial de Saúde.

ZAP //

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