O Governo austríaco anunciou um aumento do chamado “bónus climático” para apoiar as famílias a enfrentar a subida da inflação e o aumento dos preços. Esse valor, contudo, está a ser depositado nas contas de pessoas que já morreram.
No início de setembro, o país implementou medidas para combater a inflação, com todos os cidadãos a receber 500 euros e as crianças (até aos 18 anos) 250 euros.
O apoio à inflação (de 250 euros) foi adicionado ao anterior “bónus climático” (também de 250 euros) – um apoio que visa devolver aos consumidores parte do imposto sobre a emissão de carbono e outros poluidores. O aumento extraordinário do apoio só acontece este ano, noticiou a SIC Notícias.
Segundo o jornal, familiares de cidadãos que morreram este ano receberam, nas contas dos defuntos, os 500 euros referentes ao apoio anti-inflação. Isto acontece porque o critério de elegibilidade é residir seis meses no país durante o ano de 2022, e, por isso, há defuntos que integram o banco de dados dos contribuintes.
A porta-voz do Ministério austríaco do Meio Ambiente, Martina Stemmer, explicou à agência AFP que “legalmente não é possível recuperar” este pagamento. Ou seja, quem recebeu o valor indevido poderá ficar com ele.
A distribuição do “bónus climático” tem sido criticada pelo partido da oposição. Para o Neos-A Nova Áustria, este deveria ser submetido a uma reforma, uma vez que se trata de “um desperdício do dinheiro dos contribuintes que acaba não apenas nos bolsos dos que mais recebem mas também dos mortos”.
O valor do apoio anti-inflação em conjunto com o “bónus climático” será transferido para as contas dos trabalhadores e dos pensionistas, segundo os dados que foram atualizados até ao mês de junho.
Em Portugal, a vida está pela hora da morte.
Na Áustria, até a morte está pela hora da morte. Que o digam os mortos que tiveram de receber o subsídio.
Mas os mortos na Áustria não votam e os nossos sim…