Em 2021, morreram em Portugal 74 pessoas por overdose de cocaína, metadona e opiáceos, e 41 por intoxicações alcoólicas, representando um aumento de 45% face a 2020 e o valor mais elevado desde 2009.
Esses dados constam do relatório “A situação do país em matéria de drogas e toxicodependências”, compilado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e que será apresentado esta quarta-feira na Assembleia da República.
De acordo com o Público, em 2018 houve um total de 108 mortes pelos dois motivos, sendo na altura apontado como o ano mais mortífero dos cinco anteriores.
Em novembro, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças avançou que os Estados Unidos (EUA) ultrapassaram as 100 mil mortes por overdose nos meses compreendidos entre abril de 2020 e abril de 2021 – um aumento de 28,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, relacionado com a venda ilegal de fentanil.
Em Portugal, ma maior parte dos casos, as autópsias revelaram a presença de mais do que uma substância no organismo, destacando-se a associação entre benzodiazepinas, álcool e drogas ilícitas.
Nas mortes por álcool, 32% foram positivas só para álcool e 39% para álcool e medicamentos, sobretudo benzodiazepinas. Entre os 1014 óbitos por álcool, 12% foram suicídios e 32% acidentes, entre os quais se inscrevem 148 vítimas mortais de acidentes de viação. Destas, 82% seguiam ao volante.
Nos hospitais, o álcool surgiu associado a 4703 internamentos, com destaque para a doença alcoólica do fígado (69%) e dependência (19%).
Em 2021, houve tab´me 545 diagnósticos de comportamento relacionados ao consumo de álcool em menores, um aumento de 18% face ao ano anterior.
“São já evidentes os efeitos da pandemia nos grupos mais vulneráveis, sendo que, face ao atual contexto de recessão nacional e global, é possível prever um cenário futuro ainda mais potenciador de fatores de risco individuais e sociais com manifestação significativa nas adições”, justificou o SICAD.