Autoridades de saúde antecipam, ainda assim uma “tendência estável, a partir da segunda quinzena de março”.
Portugal pode estar atualmente mais longe do levantamento das restrições de combate à pandemia da covid-19. A constatação surge após a divulgação dos mais recentes dados pela Direção-Geral de Saúde, que apontam para o aumento da incidência nas pessoas com mais de 80 anos e, consequentemente, uma subida da mortalidade.
De acordo com o jornal Público, que cita dados do matemático óscar Felgueiras, Portugal está agora com 31 óbitos por milhão de habitantes numa média a 14 dias. Perante este cenário, no entendimento de Manuel Carmo Gomes, epidemiologista, é preciso esperar por sinais de redução na mortalidade para se haver certezas que Portugal não entra numa sexta vaga.
O último documento de monitorização da pandemia emitido pela Direção-Geral de Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge diz respeito ao período compreendido entre os dias 22 e 28 de março. Segundo o documento, durante esta semana, a mortalidade específica por covid-19 situou-se nos 28 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes, com “uma tendência estável, a partir da segunda quinzena de março”.
No entanto, se se considerar também os dados até à última quinta-feira, Óscar Felgueiras aponta que o indicador aumentou para 31 óbitos. O relatório também reconhece que o valor da mortalidade referido “corresponde a um aumento de 11% relativamente ao período anterior”.
Este cenário leva Manuel Carmo Gomes a considerar que “se largarmos as máscaras em recintos fechados é previsível que tenhamos uma subida dos casos. Portanto, se quisermos jogar pelo seguro é, para já, de não se mexer. Não vejo bem quais as vantagens de irmos já a correr libertar as máscaras, até porque somos dos países da Europa que menos restrições tem.”
Atualmente, Portugal está em situação de alerta, a qual foi prolongada até 18 de abril, por resolução do Conselho de Ministros. Do ponto de vista epidemiológico, o país está dependente que se atinja o valor de referência do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças para a Mortalidade, ou seja, 20 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias. Numa fase inicial, a data prevista para o levantamento das medidas era 3 de abril, com as autoridades de saúde a ressalvarem, mais tarde, que tal deveria acontecer “entre o final de março e o início de abril“.