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Morreu Vicente Jorge Silva. Foi cineasta, co-fundador do Público e pai da “geração rasca”

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Inácio Rosa / Lusa

Vicente Jorge Silva

O jornalista Vicente Jorge Silva, co-fundador e primeiro diretor do jornal Público, morreu na madrugada desta terça-feira, em Lisboa, aos 74 anos, disse à agência Lusa fonte da próxima da família.

Morreu esta terça-feira o jornalista, político e cineasta português Vicente Jorge Silva. Natural do Funchal, onde nasceu em 8 de novembro de 1945, era um apaixonado por cinema, mas acabou por fazer carreira no jornalismo. Foi deputado, pelo Partido Socialista, eleito pelo círculo eleitoral de Lisboa, uma experiência “da qual não gostou”.

Vicente Jorge Silva marcou uma geração no jornalismo em Portugal, sendo dele a polémica expressão “geração rasca”, num editorial que assinou na altura das manifestações estudantis contra a então ministra da Educação do Governo de Aníbal Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite.

Começou por escrever artigos sobre filmes na página “Foco”, do Jornal da Madeira, tendo assumido mais tarde a direção do Comércio do Funchal, conotado com a oposição ao regime de Salazar e que desempenhou um importante papel na renovação da imprensa regional portuguesa.

Em 1974, Vicente Jorge Silva ingressou no Expresso, fundado dois anos antes, jornal no qual exerceu as funções de chefe de redação e de diretor-adjunto.  Cofundador e primeiro diretor do jornal Público, foi colunista do Diário Económico e do Diário de Notícias, comentador da SIC Notícias, e colaborava atualmente com o semanário Sol.

Como realizador de cinema foi autor de “O Limite e as Horas” (1961), “O Discurso do Poder” (1976), “Vicente Fotógrafo” (1978), “Bicicleta – Ou o Tempo Que a Terra Esqueceu” (1979) e “A Ilha de Colombo (1997)”. Porto Santo (1997), o seu último trabalho no cinema, foi exibido no Festival Internacional de Genebra.

ZAP // Lusa

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