A última da sua espécie em cativeiro no Canadá teve cinco filhos. Morreram todos jovens – e, depois do último falecimento, entrou em depressão.
“O Governo foi avisado pelo Marineland que a orca Kiska morreu no dia 9 de Março de 2023. A autópsia foi realizada pelos profissionais do parque”.
A morte de Kiska é assunto nacional, até governamental, no Canadá.
Kiska era considerada “a orca mais solitária do planeta”: foi capturada perto da Islândia em 1979 e viveu em cativeiro durante os últimos 44 anos, os últimos 12 sozinha. 26 outras orcas passaram pela sua “casa”.
Teria 47 anos quando morreu, na quinta-feira passada.
O portal IFL Science salienta ainda que era a última da sua espécie a ser mantida em cativeiro no Canadá – no parque MarineLand, em Ontario.
Ter orcas em cativeiro é controverso. Já originou discussões, petições e até um documentário, o Blackfish.
Desde 2019 passou a ser proibido manter ou criar baleias ou golfinhos em cativeiro – mas mamíferos marinhos que já estavam em cativeiro (tal como Kiska) poderiam continuar como estavam.
Nos últimos tempos, ficou a sensação que a cansada orca já não queria viver.
Foi mãe cinco vezes mas todos os filhos morreram ainda jovens – e, após a morte do último filho, começou a dar a sensação de que estava em depressão, desmotivada: boiava imóvel, nadava em círculos, ia contra as paredes.
Activistas queriam vê-la solta, houve petição com mais de 500 mil assinaturas – mas a sua libertação (para um santuário) nunca aconteceu.
Morreu devido a uma infecção bacteriana.
A organização Animal Justice quer uma investigação ao parque Marineland, para averiguar os cuidados que foram dados a Kiska.