Português ferido no ataque do Daesh está vivo. Morreu polícia herói

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Guillaume Horcajuelo / EPA

Esta sexta-feira, o Governo confirmou a morte de um cidadão português a meio da tarde. No entanto, ao final do dia, recuou com a declaração e garante que não há portugueses entre as vítimas mortais.

Não há portugueses entre as vítimas mortais do ataque em Trèbes, perto de Carcassonne, que causou a morte de três pessoas. O português que chegou a ser dado como morto está, afinal, vivo.

José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades, confirmou a morte do jovem de 27 anos no ataque terrorista que aconteceu esta sexta-feira, no sul de França. Contudo, a família do português desmentiu a notícias, afirmando que a vítima está internada em estado grave no hospital de Perpignan.

Segundo o Público, o secretário de Estado das Comunidades atribui a culpa à “comunicação entre as entidades envolvidas na gestão da crise no local” que terá transmitido à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas assim como à Embaixada em Paris a informação da existência de uma vítima mortal portuguesa.

Horas depois, o Governo corrigiu a informação e lamentou a incorreção. “Verifica-se apenas haver registo de um cidadão português gravemente ferido e hospitalizado em Perpignan”, explicou José Luís Carneiro.

Já falámos com a família do cidadão e deslocar-me-ei na manhã de sábado ao hospital, para me encontrar com a família e com as autoridades locais. À família será prestado todo o apoio consular por parte do Estado português”, garantiu o secretário de Estado.

Um amigo da família do jovem, Manuel Correia, contou que o português ferido no ataque estava no carro que foi atacado por Redouane Lakdim, o marroquino que matou três pessoas na manhã desta sexta-feira, avança o Observador. Na viatura, que o atacante usou para chegar ao supermercado, estava mais uma pessoa, que foi alvejada na cabeça.

Embora não tenha divulgado o nome, Manuel Correia afirmou que o português é da região de Coimbra, mas vive em França há muitos anos.

“Foi quando ele ia a conduzir, mandaram parar, deram-lhe um tiro a ele, outro ao colega, o colega morreu, ele ficou ferido. Roubaram-lhe o carro e depois é que foram para o supermercado”, disse à Lusa.

Morreu polícia “herói” que trocou de lugar com reféns

O oficial de polícia que se entregou em troca da libertação de reféns nos ataques perpetrados esta sexta-feira, em nome do Daesh, morreu, anunciou este sábado o ministro do Interior francês.

“O tenente-coronel Arnaud Beltrame deixou-nos. Morreu pela pátria. Nunca a França esquecerá o seu heroísmo, a sua bravura, o seu sacrifício”, escreveu na sua conta da rede social Twitter o ministro francês, Gérard Collomb.

“De coração pesado, encaminho o apoio do país inteiro à sua família, aos seus amigos e aos seus companheiros” da polícia, acrescentou. O oficial de 45 anos, casado e sem filhos, foi gravemente ferido pelo autor dos ataques, Redouane Lakdim.

Na sexta-feira, o Presidente, Emmanuel Macron, saudou particularmente “a coragem” do “oficial superior da polícia, que se deu como voluntário para substituir os outros reféns e que foi muito gravemente ferido”. O polícia “salvou vidas e honrou a sua profissão e o nosso país”, acrescentou Macron.

“Caiu como um herói, a dar a sua vida para travar um terrorista”, afirmou o Presidente Emmanuel Macron no Twitter.

De acordo com a Renascença, o agente, que chegou estar destacado no Iraque, ficou gravemente ferido depois de ter sido atingido por tiros três vezes quando, voluntariamente tomou o lugar de uma refém no supermercado Super U, em Trèbes, Carcassonne.

A morte deste oficial eleva para quatro o número de mortos nos ataques levados a cabo na sexta-feira por Redouane Lakdim – um cidadão francês de origem marroquina, de 25 anos, que já tinha sido detido por radicalização islâmica – em Carcassonne e em Trèbes, no sudoeste do país.

O atacante foi abatido a tiro pelas forças da ordem.

ZAP // Lusa

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