O rato que farejava as minas terrestres no Camboja, Magawa, morreu durante a sua reforma, aos oito anos de idade.
De acordo com a NPR, o rato gigante africano foi treinado para descobrir minas terrestres no Camboja. O animal chegou a ser proclamado um herói e premiado com uma medalha de ouro por salvar vidas naquele país.
“A sua contribuição permite às comunidades no Camboja viver, trabalhar e divertir-se, sem medo de perder a vida ou membros”, sublinhou a organização APOPO.
Magawa reformou-se em junho do ano passado, destacado como o rato farejador de explosivos mais bem sucedido que a organização alguma vez treinou.
Os seus cuidadores disseram que ele permaneceu “brincalhão” até à semana passada, quando abrandou e passou a ter menos apetite.
Magawa era um rato gigante africano nascido na Tanzânia. Com treino, ele e outros aprenderam a identificar minas terrestres e a alertar os humanos, para que as minas pudessem ser removidas em segurança.
Em quatro anos, Magawa ajudou a desbravar mais de 2,4 milhões de metros quadrados de terra. No processo, encontrou 71 minas terrestres e 38 artigos de artilharia por explodir.
Em 2020, o rato gigante recebeu uma das maiores honras animais da Grã-Bretanha. Numa cerimónia virtual, a PDSA do Reino Unido condecorou Magawa com uma medalha de ouro, pelo seu trabalho de salvamento de vidas.
“Esta é a primeira vez na nossa história de 77 anos de homenagens a animais que apresentamos uma medalha a um rato”, realçou John Smith, presidente da PDSA, durante os procedimentos.
A medalha era apropriada para o tamanho de um rato, e cabia perfeitamente no seu arnês de trabalho.
Christophe Cox, CEO e co-fundador da APOPO, afirmou na altura que a organização começou a explorar novas técnicas de deteção de explosivos, após uma análise ter descoberto que a identificação de minas terrestres era “a parte mais cara e desgastante do problema”.
“Foi por isso que surgiu a ideia de utilizar ratos, porque os animais são rápidos. Eles conseguem examinar uma área de 200 metros quadrados em meia hora — algo que levaria quatro dias para um desmineralizador manual”, explicou Cox.
Magawa nasceu na Tanzânia em 2014, e mudou-se para a Siem Reap, no Camboja, em 2016, para iniciar a sua carreira de farejador de bombas.
A associação utiliza métodos de reforço positivos que dão aos ratos recompensas alimentares pela realização de tarefas, tais como encontrar um alvo ou caminhar sobre uma superfície.
Depois são treinados de forma a distinguirem os cheiros. Se os animais encontrarem os cheiros explosivos, obtêm uma recompensa alimentar.
Embora tenham uma visão má, os ratos são ideais para o trabalho, com o seu extraordinário sentido de olfato e o seu tamanho, são demasiado leves para despoletar as minas.
Quando detetam uma mina, riscam-na ligeiramente no topo, como forma de avisar o humano responsável relativamente ao que encontraram. Como recompensa, recebem uma banana.
Cox referiu anteriormente que os ratos libertaram mais de 1 milhão de pessoas do medo de viver com as minas terrestres.Segundo o comunicado da APOPO, após a morte de Magawa, “o herói está agora a descansar“.