O artista plástico Artur do Cruzeiro Seixas morreu, este domingo, no Hospital Santa Maria, em Lisboa, aos 99 anos, revelou a Fundação Cupertino de Miranda.
Artur do Cruzeiro Seixas, um dos nomes fundamentais do Surrealismo em Portugal, é autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia, escultura e objetos/escultura.
Em outubro, tinha sido distinguido com a Medalha de Mérito Cultural, pelo “contributo incontestável para a cultura portuguesa”.
Cruzeiro Seixas, cuja obra está representada em coleções como as do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Cupertino de Miranda, completaria cem anos a 3 de dezembro.
O Presidente da República já lamentou a morte do “mestre”.
“Artur do Cruzeiro Seixas, que nos deixou depois de uma vida longa e livre, foi uma figura multímoda da cultura portuguesa. A sua geração, que na década de 1940 aprendeu e transpôs as lições do surrealismo francês, revolucionou o nosso panorama artístico e literário”, lê-se numa nota de pesar publicada na página da Presidência.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que nas pinturas, desenhos, colagens, objetos e produção poética de Cruzeiro Seixas, “o mundo reencanta-se: é uma vez mais maravilhoso, insólito, fantástico, enigmático”.
“É um vivíssimo corpo em metamorfose, com uma ‘volúpia da vitalidade’ que lhe confere unidade na diversidade, através das décadas e dos diferentes registos plásticos e poéticos”, afirma o Presidente da República.
Para o chefe de Estado, “as obras de Cruzeiro Seixas, para citar versos seus, ‘sabem ler nos mapas mais secretos / e de olhos vendados / o intensíssimo / amor dos relâmpagos’. É esse segredo nunca desvendado, esse amor dos relâmpagos, que devemos a Mestre Cruzeiro Seixas”.
O primeiro-ministro, António Costa, escreveu no Twitter: “O rei Artur deixou-nos, mas a sua obra seguirá sendo uma inspiração“.
O chefe do Executivo lembra ainda que “Artur do Cruzeiro Seixas deu longa vida ao surrealismo português” e que “os seus desenhos e objetos, nascidos da associação livre de elementos inesperados, continuam hoje tão irreverentes como quando foram criados”.
ZAP // Lusa