Morreu a atriz francesa Jeanne Moreau

nicolas genin / Wikimedia

A atriz francesa Jeanne Moreau

A atriz e realizadora, considerada a grande dama do cinema francês, morreu, esta segunda-feira, aos 89 anos de idade, informaram os meios franceses.

Jeanne Moreau, que esteve às ordens dos maiores realizadores franceses, como François Truffaut, Louis Malle ou André Téchiné, foi encontrada esta manhã sem vida, na sua casa em Paris, pela empregada da limpeza, indicou a revista Closer.

Moreau, “a melhor atriz do mundo”, segundo Orson Welles, e a primeira mulher académica de Belas Artes na história de França, foi uma das figuras da “Nouvelle Vague” e musa de realizadores como Luis Buñuel, com quem trabalhou em “Le journal d’une femme de chambre”.

“Esta tristeza nunca vai acabar, mas a alegria de a recordar estará sempre connosco”, disse no Twitter o organismo encarregado da promoção do cinema francês no estrangeiro, Unifrance.

A protagonista de “Jules et Jim” (1962) e da “Mariée était em noir” (1967), de Truffaut, conta com uma ampla trajetória, entre a qual também se destacam obras como “La notte” (1962), de Antonioni, ou “Moderato Cantabile” (1960), de Peter Brook, que lhe valeu o prémio de melhor interpretação feminina em Cannes.

Nascida a 23 de janeiro de 1928, de pai francês e mãe britânica, Moreau estreou-se no teatro em 1947 com “La terrasse de midi”, apresentada no Festival de Aviñón.

Atriz poliglota e internacional, que se destacou também como cantora, foi prémio César de melhor atriz em 1992 por “La vieille qui marchait dans la mer”, de Laurent Heynemann, e presidente do jurado de Cannes em 1975 e 1995.

Moreau presidiu também o jurado da Secção Oficial do 54º Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em 2006, e deixa uma trajetória cinematográfica composta por mais de uma centena de filmes.

“Com ela desaparece uma artista que encarnou o cinema na sua complexidade, a sua memória, a sua exigência”, apontou hoje a Presidência francesa, que a lembrou como uma mulher rebelde contra “a ordem estabelecida e a rotina”.

A também cenógrafa, realizadora de filmes como “Lumière” (1976), esteve casada com Jean-Louis Richard, pai do seu filho Jérôme, e posteriormente com William Friedkin, aos quais se somam numerosas relações sentimentais.

“Seduzi muitos homens. Sempre me inclinei por homens com talento. Não tive amantes só por ter”, chegou a dizer a atriz.

// EFE

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