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Moradores de Carnide arrancam parquímetros da EMEL

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Mário Cruz / Lusa

Cerca de duas centenas de moradores de Carnide, em Benfica, juntaram-se esta noite para arrancar os sete parquímetros da EMEL colocados na zona histórica do bairro, alegando que estes lhes foram impostos sem uma consulta prévia.

O presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, disse que esta “ação popular” nasceu de forma espontânea entre os moradores da zona, que se sentem injustiçados com a colocação dos parquímetros por parte da EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, “sem uma consulta pública”.

Para esta tarefa de remoção, os moradores dizem-se “munidos das próprias mãos” e de uma enorme vontade de “remover uma injustiça” que foi imposta pela EMEL.

Cerca das 00:00, o presidente da Junta de Carnide disse que já tinham sido retirados quatro dos sete parquímetros da zona histórica, mas garantindo que não foram danificados nem vandalizados, já que estes cidadãos em protesto “são pessoas de bem” que apenas querem fazer valer os seus direitos nas decisões para a zona onde habitam.

Confrontado sobre se esta ação poderia representar um crime de destruição de propriedade pública, Fábio Sousa disse entender que não, uma fez que a intenção dos moradores “é retirá-los e devolvê-los a quem os impôs” sem questionar a junta ou os moradores.

Retirada não é vandalização“, ouvia-se pelo telefone uma moradora a acrescentar, durante a conversa da Lusa com o presidente da junta.

Fábio Sousa explicou que os sete parquímetros serão levados para os Paços do Concelho “sob a guarda da população e da junta” e que os moradores pretendem entregá-los esta quinta-feira ao presidente da autarquia de Lisboa, Fernando Medina.

EMEL garante que a população estava informada

A EMEL garante que a população e a Junta de Freguesia de Carnide estavam informadas da colocação dos parquímetros retirados pelos munícipes durante a noite em protesto.

Helena Carvalho, diretora de Institucionais e Cidadania da EMEL, estranhou a posição do presidente da Junta de Freguesia, afirmando que o autarca não se manifestou contra quando se falou do assunto na reunião descentralizada ocorrida em janeiro.

À Lusa, a responsável contou que a EMEL já desde janeiro tinha autorização do presidente da Câmara de Lisboa para entrar nesta zona de Carnide, “muito pressionada sob o ponto de vista do estacionamento”.

Helena Carvalho explicou que a população também foi informada pela EMEL, através de flyers e de um pequeno jornal, “onde eram explicadas as vantagens das alterações e a aconselhar os moradores a tratar do dístico de morador para estacionamento”.

“Fizemos inclusive ações de sensibilização, onde as pessoas eram informadas mas não havia ainda multas. Quando começaram as pinturas no chão é que os problemas começaram a surgir”, explicou.

“Toda a gente estava informada. Parece-me que o presidente da junta mudou de opinião de janeiro para cá, provavelmente por outras questões que queria ver resolvidas na sua freguesia pela câmara municipal, mas isso não é matéria da competência da EMEL”, acrescentou.

Câmara de Lisboa já mandou reinstalar os parquímetros

Num comunicado, a CML realça que “foi surpreendida, esta madrugada, com as imagens da vandalização de parquímetros que a EMEL tinha acabado de colocar no centro histórico de Carnide”.

“É um ato grave e inédito, de deliberada danificação de património municipal, e um ato inaceitável num estado de direito”, considerou a autarquia, realçando que “foram dadas indicações para a EMEL iniciar o processo de reinstalação imediata dos parquímetros nos locais previstos e para envio imediato às autoridades policiais e ao Ministério Público de toda a informação recolhida”.

A Câmara destacou que “a entrada da EMEL no centro histórico de Carnide já se encontrava prevista e aprovada pelos órgãos municipais” para “dar resposta positiva aos alertas de moradores para o agravamento da situação do estacionamento nesta zona e teve o apoio expresso do presidente da Junta de Freguesia na reunião descentralizada de 11 de janeiro de 2017”.

A CML salientou ainda que o zonamento da EMEL com dístico para residentes “visa melhorar a tranquilidade, conforto e facilidade de estacionamento dos moradores, pois é dissuasora do estacionamento de não residentes”.

A Câmara afirmou que 43 lugares em quatro ruas vão ser exclusivos para residentes, a que se junta “o estacionamento gratuito na zona 45, na Quinta da Luz, e avenças mensais, em condições favoráveis, no Parque da Rua D. Ana de Castro Osório”.

// Lusa

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2 Comments

  1. Exato, digam o que disser, cobrar dinheiro por estacionar o carro fora de parques especificos para tal, é mesmo abuso. Arranjar soluções para que o povo não pague mais do que deve é mentira.

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